Bela e letal: Entenda como as cores da caravela-portuguesa se tornam uma ‘armadilha’ para predadores e humanos


Biólogo marinho e técnico de campo no Laboratório de Ecologia e Conservação Marinha da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) explica que animais multicoloridos são “sinal de alerta” de perigo na natureza. Caravelas-portuguesas podem ter diferentes cores, mas não devem ser manuseadas por banhistas
Arquivo Pessoal/Beatriz Torres
As caravelas-portuguesas (Physalia physalis), animais marinhos capazes de causar graves queimaduras, chamam a atenção de banhistas nas praias, com suas cores belas e chamativas. Apesar disso, elas não devem ser manuseadas. Ao g1, o biólogo Nauther Andres explicou, neste domingo (28), que na natureza as cores atraentes também funcionam como um “sinal de alerta” de perigo.
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Segundo o biólogo, que também é mergulhador e educador ambiental, além de técnico de campo no Laboratório de Ecologia e Conservação Marinha da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), as cores das caravelas-portuguesas podem variar do transparente ao roxo azulado.
“Não toque em nada que tenha cores bastante chamativas na natureza, independentemente se está no mar ou em uma floresta”, explicou ele. “Animais multicoloridos são um alerta, como se dissessem: ‘Não me toquem, sou perigoso!'”.
Fotógrafo registra detalhes de caravelas-portuguesas durante aparição em Bertioga, SP
Rafael Mesquita
Caravelas-portuguesas e as cores
O biólogo acrescentou que, apesar das diferentes cores das caravelas-portuguesas, não há um ‘grau’ de intensidade da queimadura classificado a partir disso.
“Essa espécie possui toxinas independentemente da coloração”, disse ele. “Não atacam o humano, são animais livre natantes com tentáculos superfinos que, na verdade, são uma colônia de vários indivíduos”.
Sobre os tentáculos desses animais, que podem chegar a até 30 metros, Nauther esclareceu que cada um deles possui ‘farpas microscópicas’ que, no local onde tocam a presa, enxertam o veneno, “paralisando pequenos peixe e outros animais de que se alimentam”.
Caravelas portuguesas com tentáculos ‘lotam’ praias do litoral de SP
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‘Escondidas’ na areia
Por fim, o biólogo ressaltou que, mesmo morta, uma caravela-portuguesa ainda pode causar queimaduras se entrar em contato com a pele humana. Além disso, a areia pode ‘esconder’ o animal, situação que deve servir de alerta para que banhistas mantenham o cuidado nas praias.
“Você não percebe, muitas vezes, que o animal está ali. Dependendo do ambiente, pelo tempo que ele está lá, a areia, assim como outros substratos, acabam o ‘encobrindo’ e, assim, você pode encostas nele [sem querer]”, finalizou.
Tentáculos das caravelas-portuguesas têm paralisante que podem chegar a 30 metros
Arquivo pessoal/Rafael Ferreira
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