Evento resgata tradicional ‘pisa da uva’ na Região Metropolitana de Curitiba


Visitantes da Rota das Colônias também podem tomar café debaixo dos parreirais. Propriedade promove ‘pisa de uvas’ na Região Metropolitana de Curitiba
É tempo de vindima, como é chamada a colheita da uva, em algumas regiões do Brasil. Tempo de recordar também uma das mais antigas tradições: a pisa da uva, técnica usada antigamente para prensar a fruta e separar o suco da casca.
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Essa tradição é mantida na Região Metropolitana de Curitiba, na Rota das Colônias, que fica em São José dos Pinhais. A festa baseada na cultura das famílias italianas remete a uma história de 140 anos e cinco gerações.
Na propriedade da família Zanchetta, o ritual começa com um café colonial, sob o aroma e sombra das parreiras, e que já ganhou até um prêmio nacional de inovação, em 2019, pela experiência que proporciona aos visitantes.
“Coube-me a manutenção dessa tradição e eu faço com muito orgulho. A gente quer oportunizar a outras pessoas que se insiram na nossa história”, declara o proprietário José Augusto Zanchetta.
Mesa farta, com quitutes típicos para que todos possam se servir à vontade e o som da música italiana fazem parte da festa.
A pisa da uva é uma técnica para prensar a fruta e separar o suco da casca
Reprodução/RPC
Nesta época do ano, as videiras estão plenas, carregadas. No local, o cultivo é de uva terci, miúda e doce, de um roxo intenso. A variedade também é conhecida como bordô nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina e folha de figo em Minas Gerais.
O auge da produção vai da metade de dezembro até o fim de janeiro. Neste período que são realizados os cafés debaixo dos parreirais. Sebastião Leite veio com a família – filhos, noras e genros.
Colher uva direto da parreira, para ele, tem sabor de saudade: “Quem vem do sítio, da área rural, nunca esquece suas raízes. Tem que lembrar um pouco do passado sempre, pelo menos uma vez por ano”.
O barbeiro Thiago Henrique Leite comenta: “A gente não vem só pelo café da manhã. Viemos pela experiência que é tomar café embaixo do parreiral, vendo as uvas, um dia bonito”.
Depois do café, é hora daquele momento especial, que desperta a curiosidade: a pisa da uva. Cada pessoa tem direito a cinco minutos pisando nas uvas.
Primeiro, água para lavar os pés. Depois, o visitante recebe um cestinho com uma porção de uvas para despejar no tanque ou tina de madeira. Ao som da música e diante da plateia animada, as uvas vão sendo esmagadas.
A Viviane e o Rafael vieram de Minas Gerais conhecer regiões turísticas e um pouco da cultura paranaense.
“Estávamos procurando um programa familiar, pois estamos com nosso filho. E foi maravilhoso, uma experiência única. Deve ser incentivado esse tipo de turismo aqui no Paraná”, diz a assessora Viviane Melo.
O administrador Rafael Melo, completa: “Principalmente a questão do ecoturismo. A gente estava procurando algo nesse sentido e aqui a gente encontrou tudo do bom e do melhor”.
Djanira Tomás, carioca que trocou o Rio de Janeiro por Curitiba, tem se dedicado a conhecer as atrações regionais.
“Estou encantada e recomendo para qualquer pessoa”, comenta.
Viviane é professora e encarou a novidade ao som da conhecida música Funiculi Funicula: “A nossa história é feita de memórias e a gente tem que reviver esses momentos, resgatar a nossa história e principalmente lembrando do nosso passado que é muito importante.”
Aqui o que manda é a tradição: “Serve como uma homenagem para a nossa família. Tantas gerações que fizeram vinho nesse formato”, diz Zanchetta.
De acordo com o proprietário, não há desperdício, as uvas pisadas irão para a compostagem e viram adubo para o próprio parreiral.
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