Em alguns casos, demora em resposta chega a dois meses. Conforto e tempo dentro dos veículos também foram relatados. Urbes diz que estuda melhorias e que serviço segue decreto municipal. Mães relatam problemas com o transporte especial, em Sorocaba (SP)
Prefeitura de Sorocaba/Divulgação
Várias mães responsáveis por crianças que dependem do transporte especial fornecido pela Prefeitura de Sorocaba (SP), por meio da Urbes, relataram ao g1 problemas no agendamento e qualidade do serviço prestado.
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O transporte é feito por uma frota de 31 veículos (micro-ônibus e vans). Atualmente, segundo a Urbes, há 1.135 usuários cadastrados, com uma média de 21 mil viagens programadas por mês.
Aline Sanches Campos tem uma filha de sete anos e contou ao g1 que possui protocolos com pedidos de transporte especial sem resposta desde fevereiro deste ano. “Minha filha tem luxação no quadril, escoliose congênita, pé torto congênito. O que adianta a gente conseguir atendimentos em clínicas, mas não ter transporte? Muito transtorno isso”, reclama.
Segundo ela, a filha precisa de terapias com frequência e, por isso, conta com o transporte para se deslocar até as sessões. Aline afirma que a criança está há duas semanas sem tratamento.
Caroline de Oliveira Aroucha tem um filho de seis anos e passa por uma situação parecida. Segundo ela, os atrasos no atendimento, a demora no transporte e a falta de ar condicionado são pontos que prejudicam as crianças. “Imagina rodar mais de duas horas dentro do transporte numa cadeira de rodas e sem ar condicionado. Chega a ser desumano”, afirma.
“Precisamos urgentemente do aumento de carros para melhorar vários desses pontos e também para atender as outras pessoas que estão na lista de espera há anos”, diz.
O filho de Juliana Maria Moraga Ramos também está sem terapias por falta de transporte. Segundo ela, a prefeitura ofereceu somente o deslocamento para a escola e que, mesmo com uma ordem judicial, ela não consegue fazer o agendamento. “O pessoal da Urbes alega que é muito usuário pra pouco o transporte (…), muita gente pra pouco transporte”, conta.
A irmã de Fernanda Lima Pedroso também é usuária do transporte especial. Segundo a moradora, os veículos quebram com frequência e não têm ar condicionado. “Fico triste pelo direito dela [a irmã], garantido na constituição e que não está sendo desrespeitado”, diz.
O que diz a Urbes
A Urbes, empresa pública que gerencia o Trânsito e Transportes de Sorocaba, afirmou que as ordens de serviço do transporte especial são feitas diariamente, sem itinerário fixo.
“São levadas em conta algumas peculiaridades na hora dos estudos de itinerários, para a devida inclusão de novo local de destino. Por se tratar de transporte especializado voltado ao atendimento de Pessoas Com Deficiência e Mobilidade Reduzida, o setor responsável elabora os itinerários a fim de que o usuário fique o menor tempo possível dentro do transporte”, diz.
Além disso, a empresa informou que, diante das solicitações, é verificada a existência de veículos disponíveis para determinada região e para aquele horário, bem como se o veículo atende às configurações das necessidades do usuário, se cadeirante, por exemplo.
“Contudo, mesmo após todos os estudos para a elaboração das melhores rotas, há condições eventuais que afetam esta execução, tais como cancelamentos de última hora, sistema viário, lentidões em horários de pico, dentre outros.”
A instituição diz ainda que há “estudos no intuito de fornecer transporte individual à Pessoa Com Deficiência (PCD), notadamente voltado às solicitações de viagens eventuais ligadas à área da saúde, tais como consulta médica”.
O serviço, ainda conforme a Urbes, é regulamentado pelo Decreto Municipal número 23.346/2017. A Urbes é responsável pela fiscalização e gerenciamento do sistema, com operacionalização por contrato de concessão.
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