Aniversário de SP: projeto cria corredores verdes pelas ruas do Butantã, na Zona Oeste de SP


Iniciativa desenvolvida por grupo de moradores e Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente quer ligar a arborização da região com outras áreas sustentáveis da cidade. Projeto se conecta ao ODS 17, que fala sobre cooperação. Projeto cria corredores verdes pelas ruas do Butantã, na Zona Oeste de SP
Reprodução/TV Globo
Cidade grande, apressada, acelerada, frenética. São Paulo: 12,3 milhões de habitantes. Em meio a tanta correria, entre milhões de habitantes, um projeto tem trazido de volta o canto dos pássaros, a circulação de pequenos primatas, uma temperatura agradável e uma sensação de ambiente saudável para o bairro do Butantã, na Zona Oeste da capital paulista.
Este é o Corredor Verde. Uma iniciativa que começou há dois anos, depois que moradores e voluntários do bairro participaram de uma capacitação na Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente (SVMA). Do curso, surgiu uma parceria que agora desenvolve plantios pela região.
Foi uma forma que Bruno Rodrigues, Élio Camargo e Alexandre Alencar, fundadores do coletivo Corredor Ecológico Urbano Butantã, encontraram para conservar e criar áreas verdes que se conectem com outros pontos arborizados da cidade, como a mata da Cidade Universitária – conhecida como mata do boturoca –, da Universidade de São Paulo (USP).
Élio, de 81 anos, é aposentado e mora há 52 anos no bairro. Para ele, o sonho foi expandido. “Começamos com a ideia de ligar a mata da USP com o Parque da Previdência. Mas embalamos, voltamos até atingir a USP novamente. Quando surgiu essa oportunidade de trocas de sonhos, embarquei nisso. Agora estamos trabalhando na primeira metade do projeto. É gostoso. Melhora nossa vida.”
Idealizado por moradores, o Corredor Verde do Butantã hoje conta com o apoio da gestão municipal para a realização dos plantios mais complexos, como os de árvores e grandes mudas. No dia a dia, para que os pequenos plantios sejam frequentes, voluntários também colocam a mão na massa. Todo processo é orientado e acompanhado pelo Planpavel (Plano Municipal de Áreas Protegidas, Áreas Verdes e Espaços Livres), da prefeitura.
Desde o começo do projeto, já foram plantadas 150 mudas de árvores. Já são 2,5 km de corredor verde pelas ruas do Butantã. A ideia é que esse número chegue a 10 km até o fim deste ano.
Solange Sánchez, de 56 anos, coordenadora de planejamento ambiental da SVMA, diz que a cooperação foi o principal fator para o desenvolvimento do projeto.
“Vimos a demanda dos moradores como uma oportunidade para a implantação desse projeto. O diferencial é que os moradores se engajaram. Eles trazem visitantes, inovações, ideias, o que provoca o poder para uma mudança necessária e interessante.”
Alexandre, de 53 anos, fala que a relação entre poder público e comunidade permitiu a formação de um grupo contínuo de trabalho. “Foi fundamental para que a gente pudesse sentar periodicamente, e conversar sobre cada ponto. E é o que temos feito ainda. O próximo passo é fechar esse corredor, continuar com os plantios, conectar essas árvores.”
Já Bruno, de 40 anos, reforça a importância do trabalho voluntário realizado durante a semana para que o projeto seja desenvolvido. Ele destaca ainda a perspectiva para ampliação do projeto.
“Os voluntários são a alma do projeto. Temos uma grande rede de ‘dindos e dindas’, que são os padrinhos e madrinhas de árvores. Eles que regam os plantios, pelo menos uma vez a cada dois ou três dias, para que os plantios vinguem. É importante que quando o corredor chegar em outros bairros, que a comunidade também adote o projeto”, reforçou Bruno.
Projeto cria corredores verdes pelas ruas do Butantã, na Zona Oeste de SP
Reprodução/TV Globo
Por dentro dos ODS
Para as celebrações dos 470 anos da capital paulista, o Bom dia São Paulo, o SP1, SP2 e o g1 exibem nesta semana uma série de reportagens sobre paulistanos que estão fazendo a diferença em cada uma das áreas dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, ajudando a tornar a cidade um lugar melhor e mais justo para todos.
Nesta reportagem, tratamos do ODS 17: fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável.
Confira em detalhes o que ele estabelece:
17.1 Fortalecer a mobilização de recursos internos, inclusive por meio do apoio internacional aos países em desenvolvimento, para melhorar a capacidade nacional para arrecadação de impostos e outras receitas;
17.2 Países desenvolvidos implementarem plenamente os seus compromissos em matéria de assistência oficial ao desenvolvimento [AOD], inclusive fornecer 0,7% da renda nacional bruta [RNB] em AOD aos países em desenvolvimento, dos quais 0,15% a 0,20% para os países menos desenvolvidos; provedores de AOD são encorajados a considerar a definir uma meta para fornecer pelo menos 0,20% da renda nacional bruta em AOD para os países menos desenvolvidos;
17.3 Mobilizar recursos financeiros adicionais para os países em desenvolvimento a partir de múltiplas fontes;
17.4 Ajudar os países em desenvolvimento a alcançar a sustentabilidade da dívida de longo prazo por meio de políticas coordenadas destinadas a promover o financiamento, a redução e a reestruturação da dívida, conforme apropriado, e tratar da dívida externa dos países pobres altamente endividados para reduzir o superendividamento;
17.5 Adotar e implementar regimes de promoção de investimentos para os países menos desenvolvidos.
Tecnologia
17.6 Melhorar a cooperação Norte-Sul, Sul-Sul e triangular regional e internacional e o acesso à ciência, tecnologia e inovação, e aumentar o compartilhamento de conhecimentos em termos mutuamente acordados, inclusive por meio de uma melhor coordenação entre os mecanismos existentes, particularmente no nível das Nações Unidas, e por meio de um mecanismo de facilitação de tecnologia global;
17.7 Promover o desenvolvimento, a transferência, a disseminação e a difusão de tecnologias ambientalmente corretas para os países em desenvolvimento, em condições favoráveis, inclusive em condições concessionais e preferenciais, conforme mutuamente acordado;
17.8 Operacionalizar plenamente o Banco de Tecnologia e o mecanismo de capacitação em ciência, tecnologia e inovação para os países menos desenvolvidos até 2017, e aumentar o uso de tecnologias de capacitação, em particular das tecnologias de informação e comunicação.
Capacitação
17.9 Reforçar o apoio internacional para a implementação eficaz e orientada da capacitação em países em desenvolvimento, a fim de apoiar os planos nacionais para implementar todos os objetivos de desenvolvimento sustentável, inclusive por meio da cooperação Norte-Sul, Sul-Sul e triangular.
Comércio
17.10 Promover um sistema multilateral de comércio universal, baseado em regras, aberto, não discriminatório e equitativo no âmbito da Organização Mundial do Comércio, inclusive por meio da conclusão das negociações no âmbito de sua Agenda de Desenvolvimento de Doha;
17.11 Aumentar significativamente as exportações dos países em desenvolvimento, em particular com o objetivo de duplicar a participação dos países menos desenvolvidos nas exportações globais até 2020;
17.12 Concretizar a implementação oportuna de acesso a mercados livres de cotas e taxas, de forma duradoura, para todos os países menos desenvolvidos, de acordo com as decisões da OMC, inclusive por meio de garantias de que as regras de origem preferenciais aplicáveis às importações provenientes de países menos desenvolvidos sejam transparentes e simples, e contribuam para facilitar o acesso ao mercado.
Questões sistêmicas
Coerência de políticas e institucional
17.13 Aumentar a estabilidade macroeconômica global, inclusive por meio da coordenação e da coerência de políticas;
17.14 Aumentar a coerência das políticas para o desenvolvimento sustentável;
17.15 Respeitar o espaço político e a liderança de cada país para estabelecer e implementar políticas para a erradicação da pobreza e o desenvolvimento sustentável.
As parcerias multissetoriais
17.16 Reforçar a parceria global para o desenvolvimento sustentável, complementada por parcerias multissetoriais que mobilizem e compartilhem conhecimento, expertise, tecnologia e recursos financeiros, para apoiar a realização dos objetivos do desenvolvimento sustentável em todos os países, particularmente nos países em desenvolvimento;
17.17 Incentivar e promover parcerias públicas, público-privadas e com a sociedade civil eficazes, a partir da experiência das estratégias de mobilização de recursos dessas parcerias.
Dados, monitoramento e prestação de contas
17.18 Até 2020, reforçar o apoio à capacitação para os países em desenvolvimento, inclusive para os países menos desenvolvidos e pequenos Estados insulares em desenvolvimento, para aumentar significativamente a disponibilidade de dados de alta qualidade, atuais e confiáveis, desagregados por renda, gênero, idade, raça, etnia, status migratório, deficiência, localização geográfica e outras características relevantes em contextos nacionais;
17.19 Até 2030, valer-se de iniciativas existentes para desenvolver medidas do progresso do desenvolvimento sustentável que complementem o produto interno bruto [PIB] e apoiem a capacitação estatística nos países em desenvolvimento.
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