‘Decepcionada’, diz mãe sobre pena de regime aberto dada a motorista que causou morte do filho dela em Ribeirão Preto, SP


Edson Cultri Rocha, de 31 anos, morreu em 2020 ao ter moto atingida na traseira por carro na Rodovia Anhanguera. Segundo acusação, condutor tinha saído de festa, havia bebido e ainda fugiu do local. Engenheiro é condenado a prisão em regime aberto por atropelar e matar jovem em Ribeirão
Mãe do Edson Cultri Rocha, que morreu em 2020 aos 31 anos, vítima de um acidente de trânsito em Ribeirão Preto (SP), Geane Maria Cultri Rocha lamentou a pena em regime aberto aplicada ao motorista que provocou a colisão na Rodovia Anhanguera (SP-330).
“Decepcionada, muito, muito decepcionada. Eu não esperava por isso, eu fiquei arrasada. Eu acho que praticamente ele nem punido foi. Isso, pra mim, não foi punição”, diz.
O engenheiro Guilherme Macedo Ribeiro foi condenado a três anos e quatro meses de prisão em regime aberto pela morte de Edson. A defesa dele não foi localizada para comentar o assunto.
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Edson Cultri Rocha, de 28 anos, morreu atropelado em acidente na Rodovia Anhanguera, em Ribeirão Preto (SP), em março de 2020
Arquivo pessoal
Acidente e fuga
Em março de 2020, Edson seguia com a namorada, a professora Patrícia Borges Gimenes, para um batizado em Franca (SP), quando a moto que ele pilotava foi atingida na traseira pelo carro de Guilherme, na Rodovia Anhanguera, em Ribeirão Preto (SP).
Com a batida, Edson caiu da moto e foi atropelado por um carro que vinha na sequência. A vítima morreu na hora. Patrícia sobreviveu, mas ficou com sequelas.
Carro bateu na traseira de uma moto na Rodovia Anhanguera (SP-330) em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
Imagens feitas logo após o acidente mostram a moto de Edson cravada no lado direito frontal do carro do engenheiro. O motorista abandonou o veículo e fugiu do local sem prestar socorro às vítimas.
Guilherme Macedo Ribeiro foi denunciado pelo Ministério Público após a polícia afirmar que ele estava sob efeito de álcool e tinha acabado de sair de uma festa em Ribeirão Preto. Ele estava a caminho de Nuporanga (SP), quando houve o acidente.
Decisão e recurso
O réu foi julgado pelos crimes de homicídio culposo, lesão corporal culposa e fuga do local do acidente. Ele também teve o direito de dirigir suspenso por dois anos e oito meses.
Edson e Patrícia seguiam para batizado em Franca, SP, quando tiveram moto atingida por carro na Rodovia Anhanguera (SP-330), em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/Facebook
Segundo o advogado Adauto Casanova, que representa a família de Edson, as provas apresentadas não foram capazes de convencer a juíza do caso de que Guilherme assumiu o risco de matar ao dirigir embriagado.
“A rigor, o juiz também precisa trabalhar sobre fatos e provas. Então, na ausência da prova técnica, cabal, inequívoca da embriaguez, o juiz também sente a insegurança de impor uma pena mais dura no caso relacionado a embriaguez. No caso específico, houve a fuga do local, não houve procura por um hospital, não houve procura para saber da situação das vítimas. Então, a intenção clara era fugir da responsabilidade”, diz.
Geane Maria Cultri Rocha, mãe de Edson Cultri, que morreu em acidente na Rodovia Anhanguera em Ribeirão Preto, SP, em março de 2020
Lindomar Cailton/EPTV
O Ministério Público e acusação entraram com recurso.
“A legislação impõe algumas regras e essas regras, quando se tratam de crimes de trânsito, dizem que são crimes que não houve intenção, que são crimes culposos. Então, a pena é branda. O resultado é gravíssimo, a morte, a lesão corporal de natureza grave, e por isso não atendem o senso comum de justiça das pessoas. Independentemente de como aconteceu, houve a perda de uma vida. A perda da vida de um ente querido”, afirma Adauto.
Para a mãe de Edson, o sentimento é de impunidade para o filho que teve a vida interrompida.
“Ele tinha planos para casar, gostava de animais. O que ele mais gostava era cavalo e ele era um filho de ouro, ele estudou, se formou.”
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