
O economista Álvaro Bandeira criticou o desalinhamento entre as políticas fiscal e monetária do governo federal, apontando que a condução atual da economia brasileira caminha para um cenário de risco crescente. Em sua análise, o governo tem adotado medidas de curto prazo voltadas ao estímulo do consumo e da concessão de crédito em um momento de fragilidade econômica, desconsiderando o contexto de inflação elevada, endividamento das famílias e desancoragem das expectativas.
“Há uma falta de harmonia entre política fiscal e política monetária. Isso dificulta a atuação do Banco Central, que continua sendo pressionado a conter uma inflação resistente com uma política de juros elevados”, afirma Bandeira.
Segundo ele, o governo tem insistido em medidas populistas para manter o consumo aquecido, numa tentativa de gerar sensação de bem-estar temporária — e possivelmente alinhada ao calendário eleitoral de 2026. No entanto, essa estratégia, além de pouco eficaz no médio prazo, pode colocar em xeque a própria credibilidade da política econômica brasileira.
Inflação vs estímulo ao consumo com famílias endividadas
Na avaliação do economista, um dos maiores erros da atual estratégia é o estímulo ao consumo em um momento em que o endividamento das famílias segue elevado. “É um contrassenso insistir em ampliar o crédito com uma população já comprometida financeiramente. Isso apenas prolonga a pressão sobre a inflação, em especial nos setores de serviços, onde o repasse de preços é mais resiliente”, argumenta.
Ambiente externo incerto amplia desafio
Além dos fatores internos, o economista ressalta que o ambiente internacional também impõe desafios consideráveis. A volatilidade nos preços das commodities, combinada com a indefinição sobre os juros nos Estados Unidos, pressiona o câmbio e pode ter impactos adicionais sobre a inflação doméstica.
Para Álvaro Bandeira, o caminho para retomar a confiança e a estabilidade passa pela responsabilidade fiscal, pela coordenação entre as políticas econômica e monetária e pelo respeito aos sinais emitidos pelo mercado.
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