
O sistema aéreo brasileiro enfrenta um cenário preocupante, com passagens aéreas que subiram, em média, 118% desde a pandemia. Em algumas regiões, como o Norte, o aumento chegou a impressionantes 328%. Esse alto custo, somado à concentração do mercado, coloca em risco a acessibilidade e a competitividade no setor. As autoridades estão em alerta e buscam soluções urgentes.
Como a concentração do mercado impacta os preços das passagens aéreas?
A pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revela que o mercado aéreo brasileiro é dominado por apenas três companhias aéreas, que juntas controlam 99,8% do setor. Essa falta de concorrência resulta em preços mais altos para os consumidores, que, mesmo diante de uma demanda aquecida, não têm alternativas de escolha.
Felipe Tavares, economista-chefe da CNC, enfatiza a distorção do mercado: “Estamos pagando mais caro porque o consumidor não tem escolha. A aviação é essencial no Brasil, mas falta concorrência real”. Essa concentração afeta diretamente o turismo, o comércio e a mobilidade no País.
Grupo técnico se une para buscar soluções para o setor aéreo
Em resposta aos dados alarmantes, foi anunciado a criação de um grupo de trabalho que incluirá a CNC, a ANAC, o Congresso Nacional e representantes do setor aéreo. A proposta é buscar soluções estruturantes, como a abertura do mercado para novas companhias, incentivos à infraestrutura de aeroportos regionais e a regulamentação de subsídios ao querosene de aviação (QAV).

O objetivo é reduzir custos operacionais, melhorar a concorrência e garantir passagens mais acessíveis para a população, especialmente nas regiões Norte e Centro-Oeste, onde a aviação é essencial devido à falta de alternativas viárias.
O que pode ser feito para reduzir o custo das passagens aéreas no Brasil?
Durante o evento Desafios da Aviação Regional, foram discutidas diversas medidas para melhorar o cenário atual da aviação brasileira. Entre as propostas, estão a regulamentação de subsídios ao QAV e a isenção de tarifas aeroportuárias em rotas estratégicas. Além disso, o governo federal demonstrou apoio ao grupo de trabalho e destacou a importância de encontrar soluções que integrem todos os setores envolvidos.
O senador Alan Rick defendeu a regulamentação urgente dos subsídios ao QAV, enquanto o deputado Amon Mandel sugeriu maior controle sobre a aplicação dos subsídios estaduais para garantir que os benefícios cheguem efetivamente à população.
A aviação como motor do turismo e os desafios para o setor
O ministro do Turismo, Celso Sabino, destacou que o Brasil vive um excelente momento no turismo, com 118 milhões de passagens aéreas vendidas em 2024 e um crescimento do número de turistas estrangeiros. Contudo, ele alertou para o gargalo que a aviação ainda representa, especialmente com o alto custo do querosene de aviação, que chega a 60% do preço das passagens na Amazônia.
Sabino defendeu a ampliação da concorrência como a principal solução para a queda nos preços e para melhorar a competitividade do setor. “Se tivermos mais empresas competindo, quem ganha é o passageiro“, afirmou o ministro.
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