
Propriedade de Altônia, na região noroeste, une produtividade e conservação. Aprendizado é repassado para outros produtores. Casal de biólogos transforma pasto em agrofloresta no Paraná
A área verde próxima ao Rio Paraná, em Altônia, no noroeste do estado, poderia ser apenas mais uma da região. O local, entretanto, guarda uma história rica em transformação: de pastagem para mata.
Em 2019, o casal de biólogos Erick Caldas Xavier e Letícia Nunes de Araújo transformou a área de três hectares em uma agrofloresta – sistema que integra árvores, cultivos agrícolas e até mesmo animais para melhorar e preservar o solo.
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“O que queremos aqui é, primeiro, uma qualidade de trabalho, dignidade social, geração de emprego, renda, porque você vai ter um sistema agroflorestal. […] você tem a natureza em equilíbrio, você tem um planeta mais sustentável, uma conta que fecha”, diz o biólogo.
Casal de biólogos transforma pasto em agrofloresta no Paraná
Caminhos do Campo/RPC
Erick também passou a observar o que estava dando certo para poder compartilhar os resultados – e o aprendizado – com outras unidades que estão seguindo o mesmo plano na região. Assim, locais que estavam deteriorados passaram a ser produtivos.
“Temos aqui, por exemplo, as bananeiras, que são uma ótima ferramenta em uma agrofloresta. Ela cresce rápido, tem bastante água. No manejo, cortamos e temos uma superfície bem úmida. Eu protejo a superfície do solo, faço uma cobertura e ela vai apodrecer’e formar uma biomassa. Então, cubro com capim e vou manejando”, explica Erick.
Sistemas agroflorestais
Existem diferentes maneiras de fazer uma agrofloresta. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no último censo agropecuário no Brasil, pelo menos 13,9 milhões de hectares são usados como sistemas agroflorestais.
“O ser humano se coloca fora da natureza, mas nós fazemos parte dela. Queremos que nossos filhos cresçam e conheçam as espécies de plantas, de animais, que saibam a importância de cuidar [da natureza]. Que eles tenham qualidade de vida”, comenta Letícia.
O filho do casal, mesmo bem jovem, segue os passos dos pais. Enquanto brinca, ele aprende a prática.
“Nós temos a obrigação de fazer por eles. Não podemos esperar que as próximas gerações salvem o planeta [sozinhas]. Não podemos deixar para elas resolverem um problema que nós criamos”, conclui Erick.
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