Sangramento vaginal sem motivo é alerta para câncer de colo de útero

Sangramento vaginal sem motivo aparente e corrimento escuro podem ser sintomas de câncer de colo de útero FreePik

Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) revelam que o câncer de colo de útero é o terceiro tipo mais comum de tumor maligno entre as brasileiras. Ele é causado pelo contágio por papilomavírus humano (HPV), uma infecção sexualmente transmissível (IST), e tem desenvolvimento lento, o que, muitas vezes, retarda a percepção dos sintomas.

Para aumentar a conscientização dessa condição, a campanha Janeiro Verde estimula o debate sobre o câncer de colo de útero, a troca de experiências e a importância da prevenção e detecção precoce da doença.

De acordo com Victor Machado, oncologista do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), que faz parte da Dasa, os sintomas podem ser confundidos com outras doenças ginecológicas, como a endometriose e as infecções vaginais, o que prejudica a busca pela avaliação de um ginecologista e a detecção em estágio inicial da doença.

“Por mais que esse tumor possa ser assintomático quando surge, é essencial que as mulheres conheçam o próprio corpo e estejam atentas a episódios de sangramento vaginal fora do comum e corrimento de cor escura com odor mais forte, que podem indicar a presença do câncer. Em estágio mais avançado, a paciente pode sentir dor lombar, desconforto no abdome, falta de apetite, perda de peso sem motivo aparente, hemorragia e obstrução das vias urinárias e dos intestinos”, detalha o médico.

Vacina contra o HPV é essencial para prevenção

A melhor maneira de diagnosticar esse tipo de câncer é por meio do exame de papanicolau, que avalia possíveis lesões cancerígenas na região e deve ser feito anualmente a partir dos 25 anos de idade. O quadro também pode ser rastreado com a ajuda da colposcopia – que visualiza o colo do útero e a região da vagina – e da biópsia do tecido do colo do útero.

Segundo informações do Inca, quando confirmado em estágio inicial, o câncer de colo de útero pode chegar a 95% de chance de cura. Entre as principais maneiras de tratamento estão a cirurgia para a retirada do tumor, radioterapia, quimioterapia e imunoterapia.

A vacina contra o vírus HPV é a ferramenta mais importante para o controle da infecção pelo vírus e a prevenção desse tipo de câncer. De acordo com Alberto Chebabo, infectologista do laboratório Sérgio Franco, que também faz parte da Dasa, ela deve ser aplicada de forma injetável em três doses, sendo a segunda dois meses após a primeira e, a terceira, seis meses após a primeira.

“A vacinação é indicada para meninas, meninos, homens e mulheres de 9 a 45 anos. Mesmo que o período ideal para a imunização seja entre 9 e 14 anos, os jovens devem continuar a ser encorajados a se protegerem depois dessa idade”, detalha o dr. Chebabo. A vacina está disponível na rede privada e, na rede pública, ela é oferecida para meninos e meninas de 9 a 14 anos, além de pessoas de 9 a 26 anos portadoras do vírus HIV ou que sejam imunossuprimidas.

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