
Presidente disse que ainda não discutiu o processo de Bolsonaro com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil) . Lula deixa a Ásia ainda neste sábado (29), após viagem para ampliar as opções de negócios. Lula em fala à imprensa neste sábado (29)
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a comentar o pedido de anistia de Jair Messias Bolsonaro, em sua última agenda na Ásia na tarde deste sábado (29) pelo horário local – madrugada, no horário de Brasília.
“É impressionante que os advogados do cidadão que está pedindo anistia não digam para ele que primeiro eles vão absolver o cidadão, que se absolver não tem anistia. Mas eles já estão tratando como se ele fosse culpado”, disse. “Ele não está querendo nem se defender porque ele sabe, no subconsciente dele, que ele fez todas as bobagens que está sendo acusado”.
Apesar da declaração, Lula afirmou que não vê essa questão como principal e que não conversou sobre o assunto com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil), que o acompanham na viagem.
“Você acha que eu iria convidar o presidente da Câmara e o presidente do Senado para discutir, a 11 mil metros de altura, problemas que eu posso discutir em terra, na minha casa, na casa deles, no senado ou na presidência da república?”, indagou quando perguntado sobre o assunto.
“Eu tenho certeza que a anistia não é um tema principal para ninguém, a não ser para quem está se culpabilizando.
O líder brasileiro ainda disse que nos próximos dias irá conversar com os dois sobre “tudo o que eles têm a resolver”.
A fala de Lula foi feita em conversa com a imprensa na conclusão do Seminário Empresarial Brasil-Vietnã. Em discurso no evento, Lula reafirmou suas intenções de continuar e estender a parceria comercial com o Vietnã.
Bolsonaro réu
Bolsonaro vai ao Congresso pedir a parlamentares que analisem anistia
O ex-presidente Jair Bolsonaro e sete aliados viraram réus nesta quarta-feira (26), acusados de tentar um golpe de Estado em 2022.
Essa decisão não significa que eles foram considerados culpados ou inocentes, mas que os ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) viram indícios de crimes na denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Na denúncia de mais de 300 páginas, a PGR acusa o grupo de formar o chamado “núcleo crucial” de uma organização criminosa, cujo objetivo seria destruir a democracia.
Após virar réu, o ex-presidente disse que as acusações são infundadas e voltou a atacar o ministro Alexandre de Moraes, do STF, e o sistema eleitoral brasileiro.
O ex-presidente tem defendido em falas públicas um projeto de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
No momento, o texto está parado no Congresso. O presidente do Senado e do Congresso, senador Davi Alcolumbre (União-AP), já afirmou que essa não é uma “pauta das ruas”, sinalizando que não tem interesse em levar o projeto adiante.