Janeiro Branco: iniciativas despertam a atenção para a importância de se falar sobre saúde mental


Em 2023, até outubro, o SUS fez quase 440 mil atendimentos de pacientes com depressão, ansiedade ou pânico – 10% a mais do que durante todo o ano de 2022. Janeiro Branco: iniciativas despertam a atenção para a importância de se falar sobre saúde mental
Jornal Nacional/ Reprodução
No Brasil, nós estamos vivendo o Janeiro Branco, e isso direciona as atenções para o cuidado com a saúde mental.
Na maior cidade do país, a regra é a pressa. Mas no caminho do metrô vem o convite para parar. A pausa é para pensar na própria vida.
“É um projeto que ajuda pessoas que enfrentam depressão, ansiedade, problemas de ordem de saúde mental de maneira geral”, diz um voluntário.
Os voluntários já sofreram com esses problemas e, hoje, oferecem apoio. No fim da conversa, um abraço e uma palavra de estímulo muito bem-vinda depois de um dia difícil.
“‘Escolha não desistir. Já venceu muitas situações e vai vencer mais essa’. Estou emocionada, era o que precisava ouvir. Porque tem gente, assim como eu, está em um dia ruim, precisa disso, precisa desabafar”, diz a operadora de marketing Júlia Prado Nascimento.
A ajuda é que vai até quem precisa. E muita gente nem sabia que estava com tanta necessidade de conversar sobre os próprios sentimentos. Iniciativas como essa querem despertar a atenção nas pessoas para a importância de falar sobre saúde mental e de não ignorar os sinais de que alguma coisa não está indo bem.
Oficializada por lei federal em 2023, a campanha Janeiro Branco é dedicada ao tema. Um shopping de Curitiba espalhou mensagens de conscientização. Em Santarém, no Pará, uma blitz chamou a atenção para a saúde emocional.
Janeiro Branco: campanha alerta sobre a importância do cuidado com a saúde mental
Em 2023, até outubro, o SUS fez quase 440 mil atendimentos de pacientes com depressão, ansiedade ou pânico – 10% a mais do que durante todo o ano de 2022.
Os afastamentos do trabalho por transtornos mentais aumentaram 37% de um ano para o outro. O transtorno misto ansioso e depressivo ficou em nono lugar entre essas doenças com mais trabalhadores afastados.
“A gente precisa falar sobre saúde mental enquanto há tempo, no sentido de gerar esperança a tempo para se cuidar da saúde mental, mas gerar também essa sensação de emergência. É preciso falar sobre isso antes que os números piorem”, afirma Leonardo Abrahão, presidente do Instituto Janeiro Branco.
Em uma unidade de saúde dedicada a idosos em São Paulo, a saúde mental está no foco da maioria dos atendimentos.
“A gente percebe muito o quanto eles sofrem em relação ao processo de envelhecimento ao longo tempo, das perdas. Perda de funcionalidade, acho que é uma das coisas que mais devasta a vida das pessoas: perda de autonomia, perda de independência”, afirma a psicóloga Daniela Cristina Rodrigues Bernardes.
Os cuidados vão além de medicações e terapia. São oferecidas também palestras e atividades para mexer o corpo. A música, a dança e novas amizades fizeram a Marli Casorla Stillo e Ogenício Altem afastarem o risco da depressão. Eles redescobriram a alegria.
“Agora, eu sorrio. Eu me divirto, eu estou vivendo”, comemora o aposentado.
“Você vai se conhecendo e sentindo que você é amada, porque eles te dão muito amor. Você só precisa descobrir o espaço para se sentir feliz e sair daqui feliz. Eu acho isso importante”, diz a aposentada Marli, de 73 anos.
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