Diretores da Abin sofrem pressão e há chances de demissões

Alessandro MorettiDivulgação: GDF – 03/03/2023

A pressão sobre a liderança da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) aumentou nas últimas horas porque a Polícia Federal apontou uma possível colaboração entre a administração atual da Abin e suspeitos em um caso de uso de um programa secreto para monitorar opositores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O delegado federal Alessandro Moretti, segundo no comando na Abin, emerge como o principal alvo dessa pressão, conforme apurado pelas autoridades.

Em resposta às alegações, a Abin nega veementemente quaisquer irregularidades e afirma estar cooperando integralmente com as investigações em curso. A agência atribui uma motivação política aos bastidores da investigação, enquanto a Polícia Federal opta por não comentar sobre o assunto.

Segundo um relatório enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, a PF alega que a atual liderança da Abin prejudica a investigação. O documento menciona possíveis apoios políticos de instâncias superiores, sem detalhar a quem se referem.

O delegado Alessandro Moretti teria conduzido uma reunião com os suspeitos, onde foi mencionado um viés político e assegurado que o procedimento seguiria adiante, após a revelação do FirstMile, uma ferramenta de espionagem para monitorar celulares.

Procurado para comentar sobre o assunto, Moretti se encontra de férias e indisponível para responder às acusações.

As chances de Moretti continuar como segundo nome mais importante da Abin são pequenas. Membros do governo entendem que ele deve ser exonerado há qualquer momento.

Já sobre uma possível queda de Luiz Fernando Corrêa, chefe da agência, é vista com chance menor. Não há provas do seu envolvimento no caso de espionagem e nem de ligação com Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin. Corrêa também é muito próximo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

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