Interdição da Mogi-Bertioga causa transtornos e prejuízos a comerciantes e produtores rurais


Empreendedores têm na estrada principal canal de escoamento de mercadorias com Litoral. Rodovia foi interditada na quinta-feira (25), após queda de barreira e de pedra na altura do quilômetro 84. Trânsito na rodovia Mogi-Bertioga segue interditado há mais de 30 horas
Além do trânsito de turistas, a interdição da Rodovia Mogi-Bertioga impacta diretamente produtores rurais e comerciantes que usam a rodovia para escoar mercadorias e atender clientes nos litorais Norte e Sul.
A rodovia foi interditada na quinta-feira (25), por conta de uma queda de barreira no trecho de serra da estrada entre os municípios de Biritiba-Mirim e Bertioga na altura do quilômetro 84 na noite de quarta-feira (24).
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O produtor rural Gilberto Custódio usa a rodovia para abastecer clientes no Litoral. “Essa galera de clientes que a gente atende em Bertioga, a gente já tem esse serviço há uns quatro anos desde a época da pandemia. Todo Verão a gente sabe que está correndo o risco de um dia, uma data que a gente vai ter esse problema. É uma coisa recorrente. Então, a gente já fica com essa preparação caso houver pedidos, uma quantidade de pedidos satisfatórios a gente faz a volta por Santos pela Anchieta.”
O percurso que era feito em menos de uma hora, agora deve passar para mais de três horas considerando a utilização do Sistema Anchieta-Imigrantes.
Comércio do Alto Tietê sofre com os impactos da interdição da rodovia Mogi-Bertioga
TV Diário/Reprodução
Mais tempo na estrada, mais gastos. O Gilberto calcula que o novo trajeto aumente em até cinco vezes o custo com as entregas.
Uma conta alta mas que nao é uma novidade. “A gente tentou segurar ao máximo a decisão de descer ou não descer. E tomamos a decisão de descer. Acabou tendo o aumento de pedidos para esse final de semana. A gente vai esperar amanhã cedo para tomar a decisão. Se a Mogi-Bertioga estiver livre descemos por ali, senão vamos dar essa volta por Santos.”
Paulo Henrique Farbege é dono de um depósito de materiais de construção. “Realmente houve uma melhora na rodovia, mas assim o problema da barreira que todo ano a gente acaba enfrentado existe muita coisa ainda que seja feita para que isso não aconteça mais”
Ele atende o Litoral há mais de 30 anos e sem poder usar a rodovia, o trajeto passa da média de 35 quilômetros para mais de 400. E aí vem os gastos com pedágios, um custo de R$ 1 mil a mais por caminhão.
“Para nós impacta muito nas nossas vendas. Porque a gente depende muito da estrada para entregas no Litoral. Não só para nós. Tem vários outros comerciantes na estrada. Espero que resolva esse problema que já vem perdurando por anos. É só começar época de chuva que a gente acaba enfrentando esse problema.”
Mesmo com a interdição da Rodovia Mogi-Bertioga em seu segundo dia teve gente que foi pega de surpresa.
A família do auxiliar de obra Ronaldo Isidoro da Silva é de Suzano, mas trabalha em São Paulo. Eles pretendiam aproveitar a folga, por conta do feriado de aniversário de São Paulo, em Bertioga. “A gente veio de Suzano e ia para Boraceia curtir um pouco. Mas não deu certo e a gente vai ter que voltar para casa”, explica Ronaldo.
Os vidraceiros Alan Douglas Francisco e Eli José dos Santos pararam em uma lanchonete em Mogi das Cruzes às margens da rodovia antes de seguir estrada rumo ao Litoral. E foi só no comércio que eles ficaram sabendo da interdição. “A gente está a caminho de Maresias e a gente não sabia dessa interdição. A gente vai a trabalho, terminar um serviço lá e foi uma surpresa desagradável, lógico”, afirma Alan.
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Mogi-Bertioga é interditada por causa de queda de barreira, diz DER
O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) informou que existem informações em placas e painéis de mensagens nas rodovias Ayrton Senna e Mogi-Bertioga, antes dos trechos de interdição, além de informações nas concessionárias Ecopistas e Ecovias.
Interdições
O histórico de interdições da Mogi-Bertioga é longo. Em 2009, foram mais de 15 dias fechada por causa de um grande deslizamento.
Já em 2018, um deslizamento no km 89 fez com que a via ficasse interditada mais de 20 dias. Em 2019 também houve 2 quedas de barreiras.
DER trabalha no trecho onde ocorreu a queda de barreira e da pedra para liberar a rodovia
José Antônio de Assis/TV Diário
Em novembro de 2022, mais uma queda de barreira a via ficou fechada durante quatro dias. No começo do ano passado foram 16 dias sem receber motoristas depois do rompimento de uma tubulação. Ela fez o asfalto ceder e uma cratera se abrir. Além disso, também houve queda de barreira nos km 90 e 91 e erosão no km 87.
Na época o governo do Estado anunciou um investimento de mais de R$ 9 milhões em obras com prazo de 180 dias para serem concluídas.
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