Aniversário de SP: ONG ajuda a levar saneamento básico para comunidades periféricas


Biosaneamento tem projetos para contribuir na universalização do saneamento básico, atuando diretamente no sexto objetivo de desenvolvimento sustentável da ONU. ONG ajuda a levar saneamento básico para comunidades periféricas de SP
Reprodução/TV Globo
Foi durante um trabalho voluntário em uma favela que o engenheiro civil Luiz Fazio teve o primeiro contato com a falta de saneamento básico em uma comunidade real. A partir daquele choque, decidiu fazer alguma coisa para ajudar. Em 2018, criou a ONG Biosaneamento, que atua em projetos de saneamento básico em favelas e periferias.
O primeiro projeto aconteceu no Instituto Anchieta Grajaú, organização sem fins lucrativos que atua com crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social na Zona Sul da capital. Foram instalados uma caixa d’água e um biodigestor, sistema de tratamento de esgoto baseado na natureza que usa a fermentação da matéria orgânica para produzir um gás, que pode ser utilizado no fogão, por exemplo.
“O biodigestor promove a decomposição da matéria orgânica. Ele pode ser infiltrado no solo, em uma área de bananeiras. É uma forma de resolver a questão do esgoto a céu aberto naquele pedaço”, explica Fazio.
O Instituto Anchieta Grajaú atende 600 crianças, provendo até mesmo alimentação. Muitas vezes faltava água. “Era um problema gravíssimo. Uma coisa tão simples, como a instalação de um reservatório de água resolveu.”
A Biosanemanto já fez projetos em 11 comunidades, alguns em parceria com outras instituições. Um ponto importante no trabalho da ONG é o engajamento da população e a educação.
“A realidade da falta do saneamento é tão presente nas populações vulneráveis do Brasil que às vezes as pessoas não têm consciência de que isso é realmente o básico, é um direito e pode, sim, mudar. A gente fica tão acostumado a passar em rios e córregos poluídos em São Paulo e não imagina que aquilo um dia vai deixar de ser assim, porque vai”, defende Fazio.
De acordo com o Instituto Trata Brasil, 6,5% dos domicílios no estado de São Paulo não têm coleta de esgoto e 3,4% não estão ligados à rede de água. Isso significa que 3,1 milhões de paulistas não têm rede de esgoto em casa e 1,6 milhão não têm água. “Costumo dizer que a gente vai atuar até que o saneamento esteja universalizado. Eu tenho certeza que isso vai acontecer. Sou bastante otimista, mas tem muito para fazer.”
ONG ajuda a levar saneamento básico para comunidades periféricas de SP
Reprodução/TV Globo
Por dentro dos ODS
Para as celebrações dos 470 anos da capital paulista, o Bom dia São Paulo, o SP1, SP2 e o g1 exibem nesta semana uma série de reportagens sobre paulistanos que estão fazendo a diferença em cada uma das áreas dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, ajudando a tornar a cidade um lugar melhor e mais justo para todos.
Nesta reportagem, tratamos do ODS 6: assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos.
Confira em detalhes o que ele estabelece:
6.1 Até 2030, alcançar o acesso universal e equitativo a água potável e segura para todos;
6.2 Até 2030, alcançar o acesso a saneamento e higiene adequados e equitativos para todos, e acabar com a defecação a céu aberto, com especial atenção para as necessidades das mulheres e meninas e daqueles em situação de vulnerabilidade;
6.3 Até 2030, melhorar a qualidade da água, reduzindo a poluição, eliminando despejo e minimizando a liberação de produtos químicos e materiais perigosos, reduzindo à metade a proporção de águas residuais não tratadas e aumentando substancialmente a reciclagem e reutilização segura globalmente;
6.4 Até 2030, aumentar substancialmente a eficiência do uso da água em todos os setores e assegurar retiradas sustentáveis e o abastecimento de água doce para enfrentar a escassez de água, e reduzir substancialmente o número de pessoas que sofrem com a escassez de água;
6.5 Até 2030, implementar a gestão integrada dos recursos hídricos em todos os níveis, inclusive via cooperação transfronteiriça, conforme apropriado;
6.6 Até 2020, proteger e restaurar ecossistemas relacionados com a água, incluindo montanhas, florestas, zonas úmidas, rios, aquíferos e lagos;
6.a Até 2030, ampliar a cooperação internacional e o apoio à capacitação para os países em desenvolvimento em atividades e programas relacionados à água e saneamento, incluindo a coleta de água, a dessalinização, a eficiência no uso da água, o tratamento de efluentes, a reciclagem e as tecnologias de reúso;
6.b Apoiar e fortalecer a participação das comunidades locais, para melhorar a gestão da água e do saneamento.
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