Sonda BepiColombo divulga novas imagens da superfície de Mercúrio

A missão conjunta da Agência Espacial Europeia (ESA) e da Agência Japonesa de Exploração Aeroespacial (JAXA), a sonda BepiColombo, lançada em 2018, realizou o sexto sobrevoo em Mercúrio em 8 de janeiro de 2025, capturando novas imagens impressionantes do planeta.

Durante a aproximação, a uma distância de apenas 295 quilômetros da superfície do planeta, as câmeras da sonda registraram fotografias que detalham regiões extremas, alternando entre crateras iluminadas de forma constante e áreas de sombra permanente.

Nas áreas sombreadas, acredita-se haver depósitos de gelo, o que pode fornecer pistas sobre a história geológica de Mercúrio e das condições climáticas ao longo do tempo.

“Nas próximas semanas, a equipe da BepiColombo trabalhará duro para desvendar o máximo possível dos mistérios de Mercúrio com os dados deste sobrevoo”, afirmou Geraint Jones, cientista de projeto da ESA, durante a coletiva de imprensa anual da agência.

Mercúrio: o planeta dos extremos

Com temperaturas que chegam a 430 graus Celsius durante o dia e caem para -180 graus Celsius antes do amanhecer, Mercúrio é um planeta moldado por condições extremas.

Sua camada de gases, renovada pelos impactos de meteoritos e pelo vento solar, forma uma atmosfera instável. A superfície, afetada pela radiação e erosão, ainda guarda mistérios, como a origem de seu campo magnético e a possibilidade de uma camada de diamante devido à alta concentração de carbono.

Lançada em 20 de outubro de 2018, a missão BepiColombo tem como objetivo explorar essas peculiaridades. Além das imagens recentes, as câmeras da sonda já capturaram registros do topo das nuvens de Vênus e da superfície de Mercúrio em sobrevoos anteriores.

As evidências apontam para um planeta que, apesar de seu estado desgastado, apresenta sinais de rejuvenescimento causado por impactos de meteoros e antigas erupções vulcânicas.

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Close up da região do polo norte de Mercúrio, tirado pela M-CAM 1

Close up da região do polo norte de Mercúrio, tirado pela M-CAM 1
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Lava e detritos iluminam a superfície de Mercúrio, conforme visto pela M-Cam 2

ESA/BepiColombo

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Close up da região do polo norte de Mercúrio, tirado pela M-CAM 1

ESA/BepiColombo

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Close up da região do polo norte de Mercúrio, tirado pela M-CAM 1

ESA/BepiColombo

A próxima etapa da missão

As imagens mais recentes mostram formações como a Fácula Nathair, onde ocorreu uma das maiores explosões vulcânicas de Mercúrio, com uma abertura central de 40 quilômetros. Outra região interessante é a cratera Fonteyn, formada há cerca de 300 milhões de anos e que ainda apresenta características bem preservadas.

Em 2026, a BepiColombo fará uma nova aproximação para posicionar dois orbitadores – o Orbitador Planetário de Mercúrio, da ESA, e o Orbitador Magnetosférico de Mercúrio, da JAXA. A partir de 2027, ambos começarão a coletar dados detalhados da superfície e do magnetismo do planeta.

“A fase principal da missão da BepiColombo pode começar apenas daqui a dois anos, mas todos os seus seis sobrevoos por Mercúrio nos deram novas informações inestimáveis ​​sobre o planeta pouco explorado”, destacou Jones.

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