Samba-enredo da X-9 mostrará realidade das comunidades santistas

Escola de samba do Macuco exaltará a cultura popular e resistência da população às adversidades. A X-9 desfilará no primeiro dia dos desfiles das escolas de samba do Carnaval 2024 de Santos.
Vanessa Rodrigues/ Jornal A Tribuna
Com o samba-enredo ‘Meu nome é Favela’, a X-9 abordará a desigualdade social no Brasil no Carnaval de Santos em 2024. O objetivo da escola é exaltar a garra, a beleza e a cultura das comunidades santistas.
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A escola de samba do Macuco contará com mais de 2 mil componentes e 16 alas com três carros alegóricos na passarela do samba Dráusio da Cruz, na Zona Noroeste de Santos. A X-9 será a terceira escola do Grupo Especial a desfilar no primeiro dia dos desfiles das escolas de samba de Santos.
O samba-enredo foi composto por Alê Lopes, Mitch, Adriano Santos, Ricardinho Novaes, Sérgio Carmo, Edirley Fernandes e Xuxu do Cavaco. O presidente da X-9, Caio Cézar Romão, afirma que a escola de samba mostrará a realidade das comunidades santistas, de forma crítica e positiva.
“Sobretudo, o que os olhos não veem dentro da favela. Ao mesmo tempo, criticar e pedir para que olhem com outros olhos a desigualdade social que nela existe.”, ressalta.
Antes de presidir a escola, Caio era integrante da bateria. “Eu enxergava o Carnaval com olhar de folião”, conta ele. Hoje, nos bastidores, ele consegue ver, mais de perto, que o carnaval realmente transforma vidas. “Assim como transformou a minha. Gera muitos empregos. Muitas pessoas que eu acompanho não viveriam sem o Carnaval”, diz ele.
A escola
Nome: Grêmio Recreativo Cultural Escola de Samba X-9
Fundação: 1 de maio de 1944
Bairro: Macuco
Melhor Colocação: Campeã do Grupo Especial 1956, 1964, 1973, 1975, 1976, 1977, 1978, 1979, 1981, 1983, 1990, 1995, 1996, 1998, 2008, 2011, 2012, 2015 e 2017.
Componentes: 2.300
Alas: 16
Alegorias: 3 carros alegóricos e 1 quadripé
Conheça o samba-enredo:
X-9 é paixão pra vida inteira
Sou pioneira, Macuco é o meu lugar
Eu sou a voz dos becos e vielas
Orgulho é dizer: meu nome é favela!
Pátria mãe perdia
Que fez de mim um filho sem vida
Refém de um cativeiro social
Combatente de uma guerra desigual
Raiz, miscigenação
Tem sangue preto derramado na herança
Será que a liberdade existiu, Brasil?
Onde está que ninguém viu?
Nordestinos valentes não ficam ao léu
Constroem seus sonhos tocando o céu
Renovando a esperança
No sorriso da criança
É som de gueto, de favelado
Cada barraco um mundo encantado
Eu sou black, rap, funk e samba
Cultura popular, celeiro de bambas
Minha arte atravessando fronteiras venceu
A confiança enfim transcendeu
Pra mudar meu destino
Divino, vivemos o amém e o axé
Na luta nunca perdemos a fé
Não me leve a mal aqui se vive o bem
A mesa do bar é nosso divã
Sair trabalhar, sonhar com o amanhã
Resistir, viver com alegria
Olhem por nós nessa folia!
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