
O Ibovespa encerrou esta terça-feira (25) em alta de 0,57%, aos 132.067 pontos, impulsionado por ações do setor bancário e queda do dólar, que fechou cotado a R$ 5,7092. Apesar do otimismo geral no mercado, um papel específico tem chamado atenção de forma preocupante: Casas Bahia (BHIA3).
A ação, que acumula uma absurda valorização de mais de 200% em março, subiu 17,74% só nesta sessão. Mas para analistas experientes, como Leandro Martins (CNPI), no programa Closing da BM&C News, esse movimento está longe de ser saudável — e pode ser um perigoso voo de galinha.
Casas Bahia dispara, mas sinaliza risco elevado
Na análise de Leandro, a alta vertiginosa da BHIA3 tem todos os indícios de um clássico short squeeze — quando investidores vendidos são forçados a recomprar ações, impulsionando artificialmente os preços.
“O ativo já cumpriu seu objetivo gráfico. Quem está dentro, tem que proteger. E quem pensa em entrar agora, é melhor esperar. A festa pode ter acabado”, alertou o analista no programa Closing.
Leandro ainda destacou que Casas Bahia é um papel altamente especulativo, com fundamentos frágeis e forte exposição aos juros altos e à inflação. “É um ativo defasado, de alto risco. Subir 300% em pouco tempo não é natural. Pode não derreter, mas uma correção até R$ 4,85 seria absolutamente normal.”
Investidor institucional pode ter alimentado o rali no mercado, mas fundamentos continuam frágeis
Parte da euforia recente se deve à entrada de um grande investidor no capital da empresa, segundo o mercado — mas isso, segundo Martins, não muda os fundamentos.
“Houve uma demanda compradora significativa, puxando o preço. Mas isso não altera a realidade operacional da empresa, que continua frágil frente à concorrência e ao cenário macro”, disse.
Enquanto investidores iniciantes correm atrás do que parece uma oportunidade de multiplicar capital rapidamente, o alerta dos profissionais é claro: quem entrar agora, pode estar comprando no topo de uma bolha especulativa.
Preferência por outras varejistas
Na análise setorial, Leandro foi direto:
“Entre as varejistas, prefiro C&A (CEAB3). Casas Bahia, assim como Magalu, continua muito sensível a um ambiente de juros altos. São empresas ainda pressionadas, com alavancagem elevada.”
Ibovespa caminha para o topo histórico, mas com cautela
Enquanto isso, o índice Ibovespa continua tentando se aproximar de sua máxima histórica, na região dos 137 mil pontos. Para Martins, o momento é de atenção redobrada.
“Eu avisei que o Ibov precisava descansar. Nada sobe para sempre. Agora tenta retomar, mas está perto do topo histórico. Se romper, ótimo. Se não, podemos ver mais correção.”
Dólar recua e melhora perspectiva inflacionária
A queda do dólar também colaborou com o bom humor do mercado. O movimento é atribuído à entrada de capital estrangeiro em busca de juros mais altos no Brasil. Leandro explicou o impacto disso:
“Dólar em queda é excelente para a inflação. Produtos importados ficam mais baratos, concorrência pressiona preços para baixo e isso pode acelerar a queda da Selic.”
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