Como afastar os ratos de casa sem colocar a saúde dos pets em risco?

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Muitas pessoas sentem pavor só de pensar em ratos caminhando pela casa, isso ocorre devido às diversas doenças que podem ser transmitidas pelo animal e ao seu comportamento — desconsiderando os ratinhos criados como pet, é claro!
Soluções mais drásticas, como a dedetização, também apresentam riscos para a saúde dos pets. Mas afinal, qual é a melhor maneira de eliminar esses roedores sem prejudicar a saúde dos outros animais?
O professor do curso de Biomedicina da Universidade Cruzeiro do Sul, Flávio Cesar Viani, destaca que os roedores nunca devem ser encontrados dentro de casa. Se isso estiver ocorrendo, é porque há fácil acesso aos alimentos armazenados.
“Esses animais normalmente não atacam, mas quando confrontados podem se tornar agressivos. Portanto, devemos deixar essa tarefa para os profissionais. A desratização é um procedimento altamente técnico, e o uso inadequado de raticidas e armadilhas pode ter o efeito oposto ao desejado. A abordagem mais recomendada é contratar uma empresa com licença sanitária e um responsável técnico.”
“O problema reside nos venenos oferecidos no mercado paralelo, que alegam matar os ratos de forma aguda. O mais conhecido é o chumbinho, que nada mais é do que agrotóxicos extremamente tóxicos. Devido à variedade de formulações desses produtos, a intoxicação pode resultar em sintomas que variam desde salivação intensa até convulsões”, afirma Flávio.
“Há várias doenças que os ratos sinantrópicos [aqueles que se adaptam ao ambiente humano] podem transmitir como leptospirose, peste bubônica, salmonelose e febre da mordida do rato. As pessoas podem adquirir leptospirose, por exemplo, quando a pele entra em contato com água contaminada e quando pets bebem água em locais inadequados”, diz o especialista.
As ratazanas e os ratos de telhado são difíceis de serem capturados em armadilhas e não costumam ingerir iscas envenenadas. O especialista enfatiza que eles são neofóbicos, ou seja, qualquer alteração no ambiente os forçará a mudar seus hábitos. Uma vez capturados, o odor do sangue e os feromônios do medo sinalizarão o perigo aos outros e, a partir desse momento, nenhum outro animal será capturado.
Isso ocorre porque nas colônias de ratazanas existe um controle social. O tamanho da colônia é proporcional à disponibilidade de alimentos. Isso significa que se alguns indivíduos forem mortos haverá mais alimentos disponíveis, levando a uma super reprodução na colônia, resultando em um aumento significativo do número de indivíduos. Conheça, a seguir, os três tipos de roedores mais comuns de invadir as residências.
Vive em tocas onde formam grandes colônias, próximo à presença de água (esgoto/córregos/rios). É um animal grande que pode pesar até 500g. Chega nas casas pelo sistema de esgoto; pode vir diretamente da rua, se houver acesso fácil, ou às vezes pelo muro, principalmente quando existe terreno abandonado. Não forma colônias nas casas, mas vai em busca de alimentos.
Este vive naturalmente na copa das árvores. Nas cidades circula pela fiação elétrica das ruas e costuma formar colônias nos telhados das casas. É um animal menor que a ratazana, atingindo até 230g. Em muitas cidades, já é o principal roedor sinantrópico, além de serem também animais neofóbicos.
São pequenos roedores de até 30g. Não formam colônias, costumam invadir ambientes com disponibilidade de alimentos e se alojam em abrigos dentro das casas, formando pequenas famílias. Frequentemente se alojam onde existem materiais inservíveis, como em gavetas de roupas, fogões e qualquer outro local onde se sintam protegidos.
As três espécies possuem hábitos noturnos e raramente são vistas durante o dia. Se isso acontecer, é possível considerar que o dono está diante de uma infestação muito alta. Colocadas estas informações iniciais, qualquer uma das três espécies busca nas casas abrigo, alimento e água. Flávio Cesar Viani lista dicas importantes para impedir a presença de roedores dentro de casa. Confira nos próximos cards!
Promova o bloqueio do esgoto por ralos e tampas, fechando frestas sob as portas que dão acesso à rua, construindo muros lisos que dificultem a escalada pelos roedores, bem como vários métodos que dificultam a passagem dos ratos do ambiente externo para o interno.
Se não existe alimento disponível, não existirão roedores. Tanto nossos alimentos como os alimentos dos pets devem estar bem abrigados, em locais fechados que os roedores não consigam atingir. Os comedouros dos pets não devem ficar disponíveis em ambientes onde roedores possam ter acesso.
É oferecer o alimento, aguardar o animal comer, descartar e lavar as vasilhas assim que o animal terminar. Vasilhas com alimento nas áreas externas das casas constituem chamariz para roedores. Para gatos, que costumam se alimentar ao longo do dia, manter as vasilhas em ambientes internos e protegidos. Isso também vale para água. Disponibilizar água em ambiente de fácil acesso para roedores também irá atraí-los.
Rato de telha chega em nossas casas pelo teto; manter o forro bem fechado e vedado dificulta a instalação desses animais. O camundongo vai se alojar principalmente naqueles ambientes onde existem papelão, caixas de madeira ou qualquer outra forma de materiais inservíveis estocados.
Manter garagens e depósitos livres desses materiais também previne sua chegada. Da mesma forma, terrenos em casa ou próximo de casa devem estar sempre limpos, livres de entulhos e capinados. Isso vai prevenir tanto roedores como várias outras pragas.
O professor finaliza dizendo que “se o seu animal atacar um rato, a recomendação é levar o pet ao veterinário para exame clínico e início do tratamento preventivo para as diversas doenças. Além disso, devemos prevenir a entrada de roedores nos ambientes onde moramos e mantemos nossos pets”.
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