Fundada há 160 anos, no dia 25/03/1865, a rua 25 de Março, em São Paulo, é considerada o maior centro comercial a céu aberto da América Latina.
Em seus primeiros anos de existência, ainda na época do Brasil imperial, mais de duas décadas antes da proclamação da República, a 25 de Março era palco de comércio modesto, com barracas e feiras ao ar livre. A área em que ocorreu grande expansão urbana e resultou no que hoje é um fervilhante espaço comercial era inicialmente atravessada pelo Rio Tamanduateí, que corta a região metropolitana de São Paulo. Até o fim do século XIX, as águas do Tamanduateí ainda corriam às margens da 25 de Março. Nas décadas seguintes, enchentes devastadoras fizeram o poder público empreender obras de canalização do rio até que a 25 de Março adquirisse as características atuais. A rua, hoje uma das mais famosas de São Paulo, foi batizada com esse nome em homenagem à primeira Constituição do Brasil, outorgada pelo imperador Dom Pedro I em 25 de março de 1824.Vale lembrar que essa Constituição nacional durou até 1891, quando foi promulgada a primeira carta do Brasil republicano. Já a Constituição atual foi promulgada em 1988. Antes de 25 de Março, a localidade recebeu outros nomes, como rua Várzea do Glicério, rua das Sete Voltas e rua de Baixo. Rua de Baixo era justamente o nome vigente quando o vereador Malaquias Rogério fez a proposta de mudança do nome não somente dessa como de outras vias paulistanas. Segundo os registros históricos, os primeiros comerciantes documentados na região eram árabes.Esses imigrantes importavam tecidos e foram, por algum tempo, os principais responsáveis pelas atividades comerciais na 25 de Março. Nas décadas seguintes, o espaço comercial foi ganhando força com o desenvolvimento econômico e a crescente urbanização da cidade. De acordo com o site da Prefeitura de São Paulo, no fim da década de 1920 o espaço já tinha cerca de 580 mil habitantes e mais de 500 lojas. No final dos anos 1970 surgiram as primeiras estações de metrô próximas à região onde está localizada a 25 de Março, acelerando a dinâmica econômica da área.
Nos anos 1950, a 25 de Março teve um impulso decisivo com a construção de lojas permanentes e de galerias comerciais, solidificando a condição de maior comércio a céu aberto da América Latina. Na década de 1980, o espaço chegou a seu auge comercial, atraindo os moradores locais atrás de bons preços, além de turistas. A fama para além das fronteiras paulistanas fez a 25 de Março atrair imigrantes, como sírios, libaneses e chineses. Atualmente, o espaço conta com mais de 3 mil estabelecimentos comerciais e recebe em média 400 mil pessoas por dia, uma multidão à procura de produtos variados. Em épocas de festas, especialmente do Natal, o fluxo de consumidores mais que dobra na 25 de Março, chegando a até 1 milhão de pessoas em um único dia. Uma das características que faz da 25 de Março um ambiente fervilhante é a variedade de produtos e preços ofertados em lojas e também por vendedores ambulantes.