“Tirou minha filha daqui viva”, diz mãe de brasilense morta na Holanda

A família de Taiany Caroline Martins Matos (foto em destaque), 32 anos, morta após cair do 4º andar de um prédio na província de Breda, na Holanda, tem encontrado dificuldade para conseguir pagar o traslado do corpo da brasiliense para o Distrito Federal. O custo para liberar o corpo da pedagoga e trazê-lo para o Brasil seria de 7 mil euros.

Segundo os parentes da vítima, o namorado dela, única pessoa que estava no imóvel no momento da queda, teria se recusado a ajudar no pagamento do transporte do corpo.

Taiany morava havia seis anos na Bélgica. O namoro com um holandês identificado como Edgard Van de Boom, 53, teria começado há 3 meses. O homem atua como gerente de vendas nos Países Baixos.

Uma mensagem enviada pela mãe da pedagoga a Edgard mostra o desespero da mulher ao pedir ajuda do genro. A coluna teve acesso ao texto.

“Edgard, pelo amor de Deus, você sabe mais do que ninguém que não tenho condições de custear a vinda do corpo da minha filha para o Brasil. Você tirou minha filha daqui viva, ela estava comigo em segurança, voltou para ficar com você e agora está morta. Tenha piedade de mim e da minha família”, implorou Eliane Martins.

Segundo a família da brasiliense, o holandês foi frio quando ligou avisando sobre a morte de Caroline. Edgard teria, em um primeiro momento, se prontificado a arcar com os custos para o transporte do corpo da namorada, mas mudou de ideia. O holandês, então, ofertou 500 euros.

“Preciso ter paz. Dia 27 de dezembro abracei minha filha viva, e ela foi para os seus braços, e agora ela está morta, e você não quer ajudar. Não faça isso, por favor, manda minha filha para casa. Você tem dinheiro e você sabe disso”, argumentou Eliane.

Diante da dificuldade financeira, a família da brasiliense abriu uma vaquinha por meio do CPF: 07694330147 em nome de Cauã Martins de Oliveira para arrecadar o dinheiro do traslado.

Veja fotos da brasiliense: 

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Queda de prédio

Nascida e criada em Planaltina, no Distrito Federal, a pedagoga morreu na manhã da última sexta-feira (3/1). O caso ainda está envolto em uma série mistérios.

A polícia holandesa entrou em contato com a família de Caroline no último sábado (4/1), comunicando a morte. Segundo os familiares, um inquérito foi aberto, mas acabou concluído em apenas 24 horas, sinalizando uma suposta “fatalidade”.

Na noite anterior à morte, a brasiliense estava em uma festa com duas amigas também brasileiras. Apontado como ciumento e possessivo pelos familiares de Caroline, Edgard teria passado a noite e a madrugada ligando para a namorada. Com medo, Caroline esperou amanhecer para voltar para casa.

Briga pelo celular

Segundo o irmão de Caroline, Rayan Martins de Oliveira, o casal teria protagonizado uma briga por causa do celular da vítima. O holandês queria ter acesso às mensagens da namorada, que negou o aparelho ao homem e se trancou no quarto. Enquanto Edgard forçava a porta, a brasileira teria colocado parte do corpo para fora da janela e se pendurado, na tentativa de escapar do companheiro, de acordo com Rayan. Em seguida, Caroline teria caído do 4º andar.

“A história toda está nebulosa. Não há hipótese de ter ocorrido suicídio. As informações que temos é que ela estava tentando fugir de alguma situação. Ela estava com medo de voltar para casa justamente pelo fato de ele ser extremamente possessivo e ciumento”, explicou.

De acordo com a família da brasileira, a polícia holandesa informou a conclusão do inquérito em tempo recorde. “Só nos procuraram para explicar que a investigação havia terminado no dia seguinte e que não havia ocorrido crime, apenas um acidente fatal”, contou a irmã de Caroline, Nayani Martins.

Ainda segundo Nayani, não houve perícia no local onde o corpo de Caroline estava.

Último Natal

Caroline deixou a Europa pouco antes do Natal do ano passado para passar as festas de final de ano com a família, em Planaltina. “Ela sempre foi muito carinhosa e amorosa e ficamos grudadas o tempo todo. No entanto, ela decidiu voltar para passar a virada do ano em Paris, com o namorado. Uma semana depois, ela estava morta”, contou a irmã.

Caroline gostava de viajar pelo mundo e, apesar de ser pedagoga, mudava de área de atuação, dependendo do país em que estava. Na Holanda, ela estava trabalhando como atendente em um pub e em um pizzaria.

A brasileira havia deixado a casa onde vivia em Namur, na Bélgica, para morar em um apartamento, na Holanda. A jovem havia sido pedida em casamento pelo holandês e planejava morar com ele, em Breda.

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