Embaixada revela como atuou em saída de soldado israelense do Brasil

Um dia após Yuval Vagdani deixar o Brasil, a Embaixada de Israel em Brasília revelou como atuou no caso. O israelense, que faz parte das Forças de Defesa de Israel (FDI), é alvo da Justiça brasileira acusado de cometer crimes de guerra na Faixa de Gaza.

Ao Metrópoles, o embaixador israelense Daniel Zonshine revelou que a representação diplomática teve conhecimento do caso na manhã do último sábado (4/1), e procurou o cidadão israelense com o objetivo avisar sobre os riscos que ele corria.

“Quando recebemos a informação no sábado de manhã, verificamos o que significava o pedido dos advogados que entraram com o pedido para ver quais seriam as consequências, e avisamos o cidadão israelense sobre os riscos”, disse Zonshine.

Depois que a Justiça do Brasil pediu que a Polícia Federal investigasse Vagdani, acusado pela Fundação Hind Rajab (HRF) de praticar crimes de guerra contra palestinos em Gaza, o soldado israelense deixou o país rumo à Argentina.

Questionado sobre o papel da Embaixada de Israel no caso, Zonshine negou que a representação tenha atuado diretamente na saída de Vagdani, que estava em uma região turística da Bahia, rumo ao território argentino.

Conforme apurado pelo Metrópoles, na coluna de Mirelle Pinheiro, o militar israelense chegou a ser entrevistado pela PF no Aeroporto de Salvador. Ele, no entanto, foi liberado após responder o motivo da viagem e onde estava hospedado no Brasil.

Segundo documentos enviados pela HRF à Justiça brasileira, Vagdani teria participado da demolição controlado de um bairro inteiro na região conhecida como corredor Netzarim, em Gaza, em novembro de 2024. A ação teria acontecido fora de situação de combate, com a “intenção deliberada de causar prejuízos indiscriminados à população civil” , de acordo a fundação que denunciou o israelense.

A organização, que atua internacionalmente denunciando crimes cometidos contra palestinos, chegou solicitar um pedido de prisão preventiva contra o cidadão israelense. O soldado, contudo, deixou o país antes que qualquer diligência da PF fosse realizada.