A opinião sincera de Fernanda Torres sobre juventude e um recado ao jovens

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ernanda Torres, a primeira brasileira a conquistar o prêmio de ‘Melhor Atriz em Drama’ no Globo de Ouro, estreou na dramaturgia aos 13 anos. Hoje, aos 59 anos, a atriz, aclamada por sua atuação em ‘Ainda Estou Aqui’, reflete sobre o passado e sua juventude – com seu jeito sincero, inteligente e único. Escutá-la falar sobre essa fase tão intensa pode gerar um reflexão interessante para a nossa galera sobre o presente e futuro.

Fernanda, que, além de atriz, é escritora, contou em entrevista à revista CLAUDIA, do Grupo Abril como a CAPRICHO, que seu livro Fim (2013)* é sobre “tudo aquilo que pensamos que seremos quando somos jovens versus o que nos tornamos ao envelhecer”. Ela diz que “quando somos mais novos, enxergamos o mundo de acordo com os valores nos quais fomos criados. E aí, quando ficamos mais velhos, o mundo muda, e novas convenções se criam”.

Segundo a atriz, essa quebra de expectativas gera uma série de etapas emocionais. “Primeiro, ficamos irritados porque o mundo não está mais de acordo com o que achávamos que ele era. Há uma negação. Depois, você vai vendo que é melhor se reeducar para não entrar em colisão constante com o planeta. E, por último, você aprende a aceitar e reconhecer que há coisas que não cabem mais”, refletiu na entrevista concedida em 2023, quando estreou a série Fim da Globoplay, adaptação do seu livro.

No ano seguinte, em janeiro de 2024, Fernanda Torres foi entrevistada no programa Roda Viva, da TV Cultura. Na ocasião, a jornalista Laís Franklin, da Revista Bravo, também do Grupo Abril, questionou a atriz sobre o que ela pensava de si própria quando jovem e o que ela se tornou. E ela deu uma resposta que grande parte da nossa galera pode se identificar: “Quando a gente é jovem a gente é muito ansioso, é chato até. Você tem muita ansiedade, muito medo de não acontecer, você não sabe muito bem o que você tem que fazer para estar no mundo. Você é imaturo mesmo”.

Ela continua a resposta exaltando “a beleza da idade”. “Você fica uma pessoa mais calma, mas consequente, você caga menos regra, tem menos certeza das coisas. A máxima do Nelson Rodrigues é verdade: ‘jovens, envelheçam’”, defende.

Por outro lado, a atriz concorda que, com o passar dos anos, perde-se a força da juventude. “Acho que, desde os anos 60, há esse culto ao jovem. Essa ideia que a juventude sempre trará algo novo e revolucionário. É da juventude, mas a juventude também fala muita bobagem, é muito cansativa, senhora do que acha”, opina. “Com a idade, aprende como as coisas são relativas e como você não domina o que você deseja”, completa.

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