SP confirma casos de febre amarela em macacos na USP de Ribeirão Preto

São Paulo — Após quatro macacos bugios terem sido encontrados mortos entre o Natal e o Ano Novo em uma mata da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES) confirmou nesta segunda-feira (6/1) que os exames realizados nos primatas deram positivo para febre amarela.

As amostras foram analisadas pelo Instituto Adolfo Lutz (IAL), que confirmou a arbovirose nos animais. Vale destacar que os macacos não transmitem febre amarela a seres humanos. A infecção se dá por meio de mosquitos silvestres, que vivem em zonas de mata.

Após encontrarem os macacos, as ações de vigilância em saúde e vacinação foram intensificadas na região. A secretaria remanejou 55 mil doses da vacina contra a febre amarela para o Grupo de Vigilância Epidemiológica de Ribeirão Preto, além de orientar sobre a vacinação seletiva para a população não vacinada na área do ocorrido.

Os primatas desempenham um papel crucial no monitoramento da febre amarela silvestre, funcionando como sentinelas para a circulação do vírus. “Esses casos reforçam a importância de medidas preventivas como a vacinação, que é segura, eficaz e a principal ferramenta contra a febre amarela”, destacou o Secretário da Saúde de Ribeirão Preto, Maurício Godinho.

A orientação para quem identificar macacos mortos na região onde vive ou está é informar imediatamente às autoridades sanitárias do município, de preferência, diretamente para a vigilância ou controle de zoonoses.

Ciclos da febre amarela

A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, imunoprevenível, de evolução abrupta e gravidade variável, com elevada letalidade nas suas formas graves, de acordo com o Ministério da Saúde. Os sintomas iniciais incluem febre, calafrios, dor de cabeça, dor no corpo, vômito e outros.

A doença é causada por um vírus transmitido por mosquitos, e possui dois ciclos de transmissão: urbano e silvestre. No ciclo urbano, a transmissão ocorre a partir de vetores urbanos, como o Aedes aegypti, infectados. No ciclo silvestre, os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes atuam como vetores e primatas não-humanos participam como hospedeiros, amplificando o vírus. Por isso, nesse ciclo, o risco é maior para o homem em zonas rurais que recebem turistas para acampamentos, trilhas e outras atividades.

Os últimos casos de febre amarela urbana foram registrados no Brasil em 1942 e todos os casos confirmados desde então decorrem do ciclo silvestre de transmissão.

A vacina é a principal ferramenta de prevenção da febre amarela. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferta vacina contra febre amarela para toda população. Desde abril de 2017, o Brasil adota o esquema vacinal de apenas uma dose durante toda a vida, medida que está de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Toda pessoa que reside em áreas com recomendação da vacina contra febre amarela e pessoas que irão viajar para essas áreas devem imunizar-se pelo menos 10 dias antes do deslocamento.

“A vacina da febre amarela tem um período de 10 dias para criar anticorpos. Desta forma, quem for viajar para zonas de mata, acampamentos, trilhas ou cachoeiras deve se imunizar o quanto antes”, ressalta Regiane de Paula, coordenadora de Controle de Doenças (CCD/SES-SP).

Adicionar aos favoritos o Link permanente.