Após morte de macacos por febre amarela em Ribeirão Preto, Saúde aguarda contraprova e traça plano de vacinação


Presença do vírus foi detectada no Laboratório de Virologia da USP, mas amostras ainda serão avaliadas no Instituto Adolfo Lutz. Resultado deve sair em 30 dias. Saúde aguarda contraprova sobre morte de macacos por febre amarela em Ribeirão Preto
A Secretaria de Saúde de Ribeirão Preto (SP) informou nesta quinta-feira (2) que aguarda a contraprova da análise das amostras dos quatro macacos, enviadas para o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo (SP), mas já começou a traçar um plano de vacinação contra a febre amarela para a população.
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Os animais foram encontrados mortos entre o Natal e o Ano Novo em uma área de mata no campus da Universidade de São Paulo (USP), na zona Oeste, e a presença do vírus foi detectada no Laboratório de Virologia, a partir de análise das vísceras deles.
O laudo que vai comprovar ou descartar a febre amarela deve ser emitido pelo instituto na capital dentro de 30 dias.
“Nós fizemos um planejamento para que, se for confirmado o resultado, a gente ter ações chamadas ações de vacinação, conferência do calendário vacinal das pessoas, se as carteirinhas estão em dia, e as pessoas que precisam de vacinação, serão vacinadas”, diz o secretário Maurício Godinho.
Macacos mortos em Ribeirão Preto, SP, estavam contaminados com o vírus da febre amarela
Divulgação
Segundo ele, assim que a pasta tomou conhecimento dos casos na USP, os estoques de vacinas foram checados e novas doses devem ser solicitadas.
A imunização contra a febre amarela está dentro do calendário vacinal e, desde 2017, adultos que já foram vacinados não precisam de dose de reforço.
“Todas as pessoas que precisarão de vacina, receberão vacina. Nós já conferimos nossos estoques de vacina, mais vacinas estão chegando e isso é habitual dentro da secretaria. Não existe motivo para pânico, para correria e, além disso, nós precisamos da confirmação do Laboratório Adolfo Lutz”.
Godinho ainda reforçou a eficácia da imunização para toda a população.
“É uma vacina extremamente eficiente, segura, e que faz parte do calendário vacinal. Não é uma coisa que será feita de forma corrida. Crianças com nove meses vacinam, com 4 anos vacinam, e adultos não precisam ser revacinados desde 2017”.
Macaco não transmite febre amarela
Em 2017, quando Ribeirão Preto teve duas mortes confirmadas por conta da febre amarela, a população passou a agredir macacos, principalmente o sagui, que é um dos mais comuns na cidade.
Diretora da Vigilância Epidemiológica, Luzia Márcia Romanholi Passos fez um apelo para que o caso não volte a acontecer desta vez. O macaco, assim como os humanos, é um hospedeiro. A doença é transmitida por mosquitos.
“Não é o macaco que transmite a doença, quem transmite a doença são os mosquitos. Na mata, alguns tipos de mosquito diferentes daqueles que nós temos na cidade. Em 2017, nós tivemos algumas situações de a população agredir. Nosso foco não é no macaco, ele não transmite febre amarela, ele dá um alerta pra gente de que algo errado está ocorrendo”.
Macacos encontrados mortos em Ribeirão Preto, SP, são da espécie bugio
Reprodução/EPTV
Os mosquitos transmissores da febre amarela são: Haemagogus e Sabethes, que têm hábitos silvestres, e o Aedes aegypti, que tem hábitos urbanos e também são transmissores de outras doenças, como dengue, zika e chikungunya.
“Nossa preocupação deve ser redobrada principalmente na cidade com os criadouros do Aedes aegypit, que é uma espécie de mosquito muito competente para transmitir o vírus. porém o macaco é vítima”, diz Luiza.
Médico da Comissão de Controle e Infecção de Ribeirão Preto, Fernando Crivelente Villar ressaltou que não há casos de febre amarela de forma urbana no Brasil desde a década de 40.
De lá para cá, ocorrências confirmadas são decorrentes do ciclo silvestre de transmissão, que acontece a partir do mosquito.
“Os casos de febre amarela que temos em humanos são de pessoas que adentram nas matas e acabam, como os macacos, adquirindo o vírus através do vetor selvagem. Felizmente, desde a década de 40 nós, não temos casos de febre amarela urbana, transmitida dentro da cidade”.
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