É vergonhosa a carta que defende que Lula reconheça vitória de Maduro

É sobre a carta dos suspeitos de sempre, que defende que o Brasil reconheça como legítima a vigarice eleitoral que ocorreu na Venezuela de Nicolás Maduro.

Nunca levei a sério esse tipo de agremiação que assina a tal carta: associações de classe, uniões e movimentos disso e daquilo. São clubinhos que reúne gente corporativista, ligada a partidos políticos ou simplesmente cretina, categorias não excludentes.

A peça, que trata Lula como “estimado companheiro” na sua introdução, não poderia ser mais indecorosa. Veja o que ela diz:

“Gostaríamos de ressaltar a importância da manutenção de boas relações de vizinhança entre o nosso país e a República Bolivariana da Venezuela, baseadas no respeito mútuo, na cooperação e na compreensão das complexidades internas de cada nação. Os princípios da soberania e da autodeterminação dos povos, consagrados na Constituição Federal de 1988 e na Carta das Nações Unidas, guiam a nossa política externa independente, uma conquista importante da nossa nação, sob vossa liderança.”

“Complexidades internas”, no caso da Venezuela, são a supressão de liberdades individuais, quase mil presos políticos e mais de 5 milhões de cidadãos que deixaram o país por causa da fome e da pobreza causadas pelo bolivarianismo.

E a carta desonesta continua:

“Além disso, é necessário considerar os riscos que a ascensão de movimentos extremistas na Venezuela representa para toda a região. A mais recente apreensão por parte das autoridades venezuelanas, de 400 fuzis de uso exclusivo dos Estados Unidos e 6 pessoas, evidencia o caráter antidemocrático e terrorista de alguns setores da oposição venezuelana e dos Estados Unidos. Entre estas pessoas estão venezuelanos recrutados pelo Centro Nacional de Inteligência espanhol e um militar da ativa da Marinha dos Estados Unidos, Wilbert Joseph Castañeda Gómez.

A extrema-direita venezuelana e seus aliados fora do país, promovem uma agenda polarizadora e desestabilizadora, ameaçando não só a paz interna do país, mas também a estabilidade de toda a América Latina. Esta situação pode ter reflexos negativos em nosso próprio país, gerando tensões que poderiam ser evitadas por meio de uma ação do Brasil pautada no diálogo e no respeito às escolhas legítimas do povo venezuelano.”

A Associação Brasileira de Imprensa é uma das signatárias dessa canalhice de chamar a oposição venezuelana de “terrorista” e transformar uma gigantesca fraude eleitoral em “escolha legítima do povo venezuelano”. Notório antro esquerdista, há de se reconhecer que ela é bem representativa da esqualidez intelectual e ideológica dos meus colegas de profissão.

Os jornalistas brasileiros chegaram, por exemplo, ao triste ponto de defender censura. A omissão diante dos desvarios a que assistimos já seria condenável, mas se foi além: eles, agora, aplaudem como macacos de auditório cada cala-boca, cada ato liberticida que pretende, cinicamente, defender a democracia, seja aqui ou no exterior.

Basta apelar para esse espantalho que é pau para toda obra, a “extrema direita”, como faz a carta desavergonhada, e tudo se torna justificável. A coisa vai piorar, porque vem aí Donald Trump, que servirá de pretexto para recrudescimentos autoritários tanto no Brasil, como em vizinhos deste subcontinente esquecido por Deus.

A Associação Brasileira de Imprensa, assim como a pitoresca Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, da qual eu não sabia a existência, podem ficar tranquilos: Lula vai reconhecer a “legitimidade” do ditador sanguinário Nicolás Maduro. Aliás, tudo está armado para que isso venha a ocorrer em breve. Sempre esteve, é que o companheiro Maduro andou falando mais do que deveria. A falta de vergonha na cara vos une.

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