Com crista grisalha e mensagens de paz, galo gigante homenageia povos originários e pessoas idosas; veja detalhes


Escultura vai ter 28 metros de altura e pesar oito toneladas, uma a mais que no ano passado. Tema de alegoria do carnaval do Recife, ‘Galo gigante da paz’ foi apresentado pelo artista plástico Leopoldo Nóbrega
Iris Costa/g1
“Galo Gigante da Paz” foi o conceito escolhido para a tradicional alegoria gigante montada durante o carnaval na Ponte Duarte Coelho, no Centro do Recife. O tema foi apresentado nesta sexta-feira (26), no ateliê do artista plástico Leopoldo Nóbrega, responsável pelo projeto da escultura desde 2019.
Neste ano, o galo gigante também tem homenagens aos povos originários e às pessoas idosas, além de elementos que evocam o combate ao preconceito, incluindo uma crista grisalha, nas cores branca e prateada. A escultura vai ter 28 metros de altura e pesar oito toneladas, uma a mais que no ano passado (veja imagem do projeto mais abaixo).
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“Podemos sintetizar o galo como um galo gigante da paz, que traz essa mensagem. Um galo que trabalha a ancestralidade dos povos originários indígenas do Brasil e um galo que respeita a terceira idade, que agrega à inclusão, à arte e à sustentabilidade”, explicou Leopoldo Nóbrega.
Neste ano, o branco vai ser a cor predominante na escultura. As cores dos cinco continentes também fazem parte da imagem: amarelo (Ásia), preto (África), vermelho, (América), azul (Europa) e verde (Oceania).
A obra também homenageia militantes pela paz no mundo, como Dom Hélder Câmara, Cacique Raoni, Madre Teresa de Calcutá e Martin Luther King, além de reverenciar os 79 anos da Organização das Nações Unidas (ONU). Para isso, a palavra “paz” será escrita em 16 idiomas nas penas do rabo do galo.
Entre as referências para a criação do conceito artístico da alegoria estão a reciclagem e o brilho de CDs, a renda renascença, a tatuagem e body art e a simbologia das cores para representar os cinco continentes.
Como resultado, o galo gigante de 2024 deve ter um visual com crista grisalha, “tatuagem” do símbolo da paz na asa, renda renascença no tronco, sombrinha de frevo no peito e “varandas” de macramê nas pernas.
Projeto da escultura do Galo Gigante do carnaval do Recife em 2024
Prefeitura do Recife/Divulgação
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As arte de macramê — técnica de tecelagem manual através de nós — será realizada por uma cooperativa de artesãs de Caraibeiras, onde fica localizada Terra Indígena Pankararu, na cidade de Tacaratu, no Sertão de Pernambuco.
De acordo com Leopoldo Nóbrega, a indumentária do galo homenageia também o retorno de um manto tupinambá histórico que se encontra na Dinamarca desde o século XVII e que será devolvido ao Brasil neste ano.
A homenagem ao manto vem através das penas do galo, que serão confeccionadas reutilizando lonas de outdoors e banners. “A gente precisava ir para longe para ver um pedaço da nossa história”, apontou o artista.
“Foi muito importante para nós, povos indígenas, ter recebido essa homenagem. É importante a participação dos povos originários na construção do galo porque o galo está trazendo uma mensagem de paz. Uma paz que venha para respeitar os direitos dos povos originários”, disse Bárbara Pankararu, representante da Associação de Mulheres Indígenas Guerreiras Pankararu.
Neste ano, mais de 90% do material que vestirá a estrutura é fruto de descarte de materiais e reaproveitamento de resíduos tecnológicos, como 2 mil metros de lonas de materiais publicitários, além de 10 mil CDs e DVDs, frutos de doação.
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