Reajuste da tarifa de ônibus em SP deve ficar entre R$ 5 e R$ 5,20

São Paulo — Aconteceu nesta quinta-feira (26/12) a reunião do Conselho Municipal de Trânsito e Transporte para decidir o novo valor da tarifa de ônibus na cidade de São Paulo a partir de 2025. No encontro, foi anunciado que o reajuste deve variar entre 13,6%, passando e R$ 5,00, e 18,2%, ficando em R$ 5,20. O anúncio oficial ainda será feito pela Prefeitura de São Paulo.

Participaram da reunião representantes da SPTrans, da Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes e membros da sociedade civil. O secretário da pasta, Gilmar Pereira Miranda, nomeado por Ricardo Nunes (MDB) em novembro deste ano, não esteve presente na reunião, assim como o próprio Nunes.

O valor da passagem de ônibus está atualmente em R$ 4,40. Uma das justificativas apresentadas pela SPTrans para o aumento é a elevação dos custos do sistema de transporte, que está em R$ 11,4 bilhões atualmente e estava em R$8,7 bilhões em 2019 — ano anterior ao último reajuste da tarifa, que passou de R$ 4,30 a R$ 4,40, a partir de 2020.

Já a receita tarifária, em 2024, está em R$ 4,6 bilhões, contra R$ 5,5 bilhões em 2019.

Ainda segundo a SPTrans, houve um decréscimo na porcentagem de passageiros pagantes desde 2019, contra gratuidades e transferências sem acréscimo tarifário. Atualmente, os pagantes estão em 50% do total, ante 52% em 2019. Em 2021, foi registrada a maior porcentagem dessa parcela: 58%.

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Passageiros tentam embarcar em ônibus lotado

Passageiros em ônibus lotado em São Paulo
Passageiros em fila no Terminal Grajaú, em São Paulo
Passageiros em ônibus lotado em São Paulo
Passageiros em fila no Terminal Grajaú, em São Paulo
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Passageiros em fila no Terminal João Dias, em São Paulo

William Cardoso/Metrópoles

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Passageiros tentam embarcar em ônibus lotado

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Passageiros em ônibus lotado em São Paulo

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Passageiros em fila no Terminal Grajaú, em São Paulo

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Passageiros em ônibus lotado em São Paulo

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Passageiros em fila no Terminal Grajaú, em São Paulo

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Passageiros em ônibus lotado em São Paulo

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O anúncio para os conselheiros é uma etapa obrigatória, segundo o decreto que criou o órgão, para a oficialização da mudança na tarifa. A reunião foi virtual e teve início às 10h desta quinta, tendo encerrado por volta de 13h. Na conversa, populares trouxeram à pauta questões como tempo de espera, falta de conforto no transporte, acessibilidade e a possibilidade da tarifa zero na cidade. Ao final do encontro, muitos se colocaram contra o aumento da tarifa.

Como mostrou o Metrópoles, Nunes já vinha sinalizando que reajustaria a passagem desde o início do mês. O prefeito argumenta que não quer tirar orçamento de outras áreas importantes para manter a tarifa congelada — a passagem de ônibus não é reajustada na cidade desde 2020.

“Eu tenho no orçamento R$ 6,2 bilhões reservados para o subsídio da tarifa. O medo hoje é explodir a inflação e colapsar o sistema de transporte. A questão é o quanto eu tenho de recurso que eu posso usar em 2025 e o quanto o sistema vai encarecer. Porque com a inflação sem controle, vai encarecer. Não quero chegar no meio do ano e ter que retirar da saúde e educação”, afirmou o prefeito no último dia 19.

Recorde de passageiros e lotação

Os ônibus da capital paulista tiveram em outubro o maior número de passageiros transportados em um único mês desde janeiro de 2020. Foram 194,9 milhões de viagens registradas pela SPTrans em São Paulo, embora a frota contratada pela prefeitura tenha sofrido uma redução de cerca de 800 coletivos, na comparação com o período pré-pandemia de coronavírus.

O volume de passageiros transportados em outubro representa um aumento de 8,8% em relação a igual mês do ano passado, quando foram registradas 179 milhões de viagens. Já em outubro de 2019, ano anterior à pandemia, foram 239 milhões.

Apesar do aumento, o número de ônibus disponível para a população continua abaixo do valor pré-pandemia. Em janeiro de 2020, os paulistanos tinham à disposição 14.053 ônibus. Em outubro deste ano, foram 13.272, segundo dados da própria administração municipal — queda de 5,6%, ou 781 ônibus a menos. No ano passado, a prefeitura pagou R$ 5,3 bilhões de subsídio ao transporte público e a previsão é de que esse valor seja ainda maior em 2024.

Quem toma ônibus diariamente reclama da lotação e do aperto. Como mostrou a reportagem do Metrópoles, há casos na cidade em em que passageiros são obrigados a descer dos coletivos para aliviar o peso em subidas íngremes.

“Quando chega no terceiro ponto e ele vai subir uma rua, se estiver muito cheio aqui na frente, as pessoas têm que descer para dar uma esvaziada e o ônibus poder subir, senão ele não sobe”, afirmou a doméstica Luciana de Oliveira, 43 anos, moradora da zona sul da capital, em entrevista no dia 19 de novembro.

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