Amigos lamentam morte de motorista em ponte: “Não foi acidente”

A morte de Andréia Maria de Sousa, de 45 anos, vítima do desabamento da ponte Juscelino Kubitscheck de Oliveira, poderia ter sido evitada, segundo relato de amigos. O corpo da motorista foi encontrado pelo Corpo de Bombeiros nessa terça-feira (24/12).

A mulher transportava toneladas de ácido sulfúrico quando o vão central da ponte, que liga as cidades de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), cedeu no último domingo (22/12). Além dela, três mortes foram confirmadas, e outras 13 pessoas seguem desaparecidas.

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Nas redes sociais, amigos lamentaram a morte de Andreia Maria e cobraram autoridades

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Empresa divulgou nota de pesar pela morte da funcionária

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Para amigos, a tragédia poderia ter sido evitada

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Para amigos, Déia, como era conhecida, foi vítima de negligência. “Uma mulher dedicada, responsável e ética teve a vida sacrificada pela negligência e incompetência de outros. É devastador saber que sua morte pode [sic] ter sido evitada”, escreveu a amiga Leticia Inácio, nas redes sociais. “Não foi acidente”, ressalta outra publicação.

Andreia foi descrita por colegas como uma “pessoa extraordinária” e generosa. “Déia era conhecida por sua coragem, profissionalismo e generosidade”, diz uma nota assinada pela transportadora FL Logística. “Que essa perda sirva como um apelo para mudanças concretas, que preservem a vida e dignidade de todos”, continua a empresa.

A Pira Química Transportes, companhia para qual a motorista prestava serviço no momento do acidente, também divulgou nota de pesar pelo falecimento da funcionária. “Que as memórias e o amor da nossa eterna Déia, como era conhecida e gostava de ser chamada, fique em nossos corações e nos traga conforto”, lamentou a empresa.

Tragédia anunciada

Reclamações de motoristas, vídeos de moradores e documento do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) de cinco anos atrás apontavam para a tragédia que, no domingo, culminou na queda da ponte Juscelino Kubitscheck de Oliveira. Inaugurada em 1960, a estrutura liga os estados do Maranhão e Tocantins.

A causa oficial do desabamento de parte da ponte ainda será investigada, mas, conforme mostram registros feitos pela população da região e pelo Dnit, é possível ver que a estrutura tinha fissuras, danificações e irregularidades há anos.

Pelo menos oito veículos caíram durante a tragédia, incluindo caminhões-tanque carregados com ácido sulfúrico e defensivos agrícolas. A contaminação do rio com material perigoso fez com que as buscam fossem suspensas por um período, mas elas já foram retomadas.

Após o desabamento, o ministro dos Transportes, Renan Filho, anunciou na segunda-feira (23/12) que o governo federal vai destinar entre R$ 100 milhões e R$ 150 milhões para a reconstrução da ponte. A Polícia Federal (PF) abriu um inquérito para apurar as responsabilidades sobre o acidente.