Neuropsicóloga dá dicas para manter bem-estar de pessoas com autismo nas festas de fim de ano


Festas de fim de ano são marcadas por reuniões entre famílias e amigos, mas podem ser desafiadoras para pessoas com TEA com maior sensibilidade a músicas e luzes, por exemplo. Confira dicas para não exagerar na comilança durante a ceia de Natal e evitar a indigestão e o mal-estar
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Com o fim de ano, as festividades entre famílias e amigos se tornam praticamente inevitáveis. Esses eventos, por vezes, podem trazer desconforto para pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) que frequentemente apresentam maior sensibilidade a estímulos como música e luzes, além de preferências específicas relacionadas à rotina e à alimentação.
Há, no entanto, algumas formas de garantir bem-estar e inclusão dessas pessoas durante as reuniões de Natal e de Ano Novo, por exemplo. A neuropsicóloga Samantha Maranhão, preceptora e coordenadora de atividades de ensino e saúde do Instituto Santos Dumont (ISD), citou algumas dessas dicas, que foram reunidas nesta reportagem.
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Samantha lembrou que é comum que famílias mudem a rotina para incluir reuniões e eventos de fim de ano, algo que é positivo para a socialização, mas que muitas vezes pode ser desafiador.
Segundo a profissional, pessoas autistas, em sua maioria, têm necessidade de uma rotina estável e previsível.
“A previsibilidade das situações é muito importante nesse caso, para evitar que a pessoa com autismo seja pega de surpresa. Então, eu sugiro que os familiares sempre se certifiquem de como vai ser o evento, a música, a iluminação, o horário de começar e terminar, como vai ser a apresentação da comida”, explicou.
“Tudo isso para poder conversar com a pessoa autista e permitir que ela chegue preparada para o ambiente”.
O desconforto sensorial é uma das possíveis repercussões relacionadas às características que definem a pessoa com TEA. Segundo Samantha, esse desconforto pode ser causado em função da música estar muito alta, por ter muita gente no local, ou por um nível degustativo em relação à alimentação.
No caso de crises desencadeadas por esses estímulos excessivos – que podem ocasionar reações adversas e de sofrimento emocional – a dica é sair do ambiente e buscar um espaço mais reservado, preferencialmente aberto, explica a neruopsicóloga.
Um lugar, pontua, onde seja possível circular, respirar e se distanciar do que está causando um desconforto. Com essa medida, é possível fazer o que é chamado de regulação sensorial.
“Se você perceber que uma pessoa está em crise, tente identificar de que forma o ambiente pode estar gerando essa reação. Às vezes, é o barulho de conversas muito altas, às vezes pode ser alguma comida com um cheiro forte, ou até mesmo a mudança de rotina”, reforçou.
“É importante tentar identificar o que pode estar gerando a crise e afastar essa pessoa dessa situação”.
O barulho de fogos de artifício é um dos pontos principais do debate neste fim de ano. Para se planejar adiante, o ideal é buscar um lugar que possa abafar esse som, como um quarto mais isolado, sugere a neuropsicóloga. Também é uma opção o uso de abafadores auditivos.
Confira dicas para amenizar a mudança de rotina e adaptar os espaços festivos às pessoas autistas:
Dialogue sobre o evento: mostre fotos do local e do que vai acontecer, fale sobre quem vai estar presente e das possíveis atividades que vão ocorrer como forma de preparar a pessoa autista;
Mantenha a rotina: caso seja possível, preserve o que já é conhecido. No caso das ceias, por exemplo, se a pessoa costuma jantar cedo, mantenha este horário de refeição;
Prepare-se com antecedência: certifique-se que a pessoa autista consiga descansar e que há espaços reservados que possam ser utilizados se houver necessidade;
Adaptando o ambiente: se possível, leve algo que faça parte de um hobby, seja livros, gibis, ou jogos, para que ela se sinta confortável em um espaço novo
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