Ingrid Vitória, de 5 anos, foi arrastada pela enxurrada e acabou dentro de uma boca de lobo ao sair da escola, em fevereiro de 2013. Caso não cabe mais recursos. Família aguarda indenização da Prefeitura de Taquaritinga 12 anos após morte de criança
Doze anos após a morte da filha, arrastada por uma enxurrada durante um temporal em 2013, a família de Ingrid Vitória, que tinha cinco anos, aguarda indenização da Prefeitura de Taquaritinga (SP). Isso mesmo após o processo, que prevê o pagamento de aproximadamente R$ 500 mil, não permitir mais recursos.
Além disso, os pais reclamam de dificuldades para receber uma pensão mensal que também foi estabelecida no processo.
“Eu preferia ter minha filha conosco, mas não temos mais. Só queremos o que é nosso de direito”, diz o pai, Fabiano Cristiano Machado.
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Ao contrário do que a família disse, a Prefeitura de Taquaritinga informou que a pensão está sendo paga em dia. Já sobre a indenização, comunicou que, como a administração passada não estava pagando os precatórios, que são as dívidas das cidades, o governo do estado bloqueou as contas do município e passou a administrar os débitos.
Desde então, a atual gestão informou que tem repassado mensalmente valores ao estado para pagar essa dívidas, mas que o pagamento da indenização depende de uma fila para ser efetivado.
Ingrid Vitória Batista morreu após cair em bueiro durante enxurrada em Taquaritinga, SP, em 2013
Arquivo pessoal
Sem indenização
O processo que os pais de Ingrid moveram na Justiça contra a Prefeitura de Taquaritinga não cabe mais recursos. A decisão pela indenização é definitiva e não pode ser contestada.
Advogado da família, Leonardo Afonso Pontes diz que os valores da indenização, atualizados, chegam a R$ 500 mil. Por depender de uma série de mecanismos de pagamento de valores envolvendo dinheiro público, a família ainda não recebeu.
Priscilla Juliana Batista e Fabiano Cristiano Machado, pais de Ingrid Vitória, aguardam indenização da Prefeitura de Taquaritinga, SP
Reprodução/EPTV
Além disso, a administração municipal foi condenada a pagar R$ 1.012 mensais, mas não tem cumprido o acordo, segundo os pais da criança.
“Eles [pais], muitas vezes, precisam ir até a prefeitura tentar falar com alguém do financeiro, em razão de que o pagamento, na data em que havia sido estipulado para ser creditado em conta, não é creditado, acontece um atraso. Daí há a promessa de um depósito no dia seguinte, que, às vezes, também não acontece. E esse atraso, infelizmente, acaba causando mais uma angústia para a família”, diz Pontes.
Para a mãe de Ingrid, Priscilla Juliana Batista, o pagamento da pensão e da indenização é uma questão de justiça, embora nunca será capaz de compensar a perda da filha.
“A gente quer que a justiça seja feita e que a prefeitura pague, o estado pague, porque minha filha não volta mais”, diz Priscilla.
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Arrastada por enxurrada
Ingrid morreu no dia 6 de fevereiro de 2013, durante um temporal que atingiu Taquaritinga. A menina tinha se mudado para a Escola Municipal Professora Célia Regina Dib Renzo dois dias antes do acidente.
Segundo Fabiano, naquele dia, a professora liberou a turma da 1ª série cerca de 40 minutos antes do horário normal por conta da chuva e ele não encontrou a filha quando foi buscá-la.
Ingrid Vitória morreu após cair em bueiro durante enxurrada em Taquaritinga, SP, em 2013
Reprodução/EPTV
Como Ingrid era nova na unidade de ensino, Fabiano diz que ninguém soube explicar onde ela estava.
“Tinha cinco telefones de contato na escola e ninguém ligou para ninguém. Apenas soltou a minha filha como se fosse um cachorro, não só ela, como várias criancinhas da 1ª série”, lembra Priscilla.
Com a dispensa dos alunos, Ingrid saiu da escola e voltava sozinha para casa quando escorregou e foi parar no bueiro. A abertura era de 23 centímetros e estava sem grade. A criança foi achada um quilômetro adiante em um córrego, foi socorrida, mas não resistiu.
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