Investigado por desvio de R$ 10 milhões na Saúde, ex-secretário executivo da pasta se entrega à polícia


Ao todo, quatro pessoas já estão presas por suspeita de participação no desvio. Investigados na operação são suspeitos de peculato e associação criminosa. Quesede Ayres Henrique, secretário executivo na secretaria de saúde de Goiânia, Goiás
Reprodução/Carlos Costa
Considerado foragido e investigado por um suposto desvio de R$ 10 milhões na Saúde de Goiânia, o ex-secretário executivo da pasta, Quesede Ayres, se entregou à polícia. Ao todo, quatro pessoas já estão presas por suspeita de participação no desvio durante o contrato entre um convênio e a secretaria.
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Quesede se entregou na quinta-feira (19). O g1 não conseguiu contato com a defesa do ex-secretário até a última atualização desta reportagem.
A Polícia Civil informou que Ayres permaneceu em silêncio durante o interrogatório e que passará por audiência de custódia na tarde desta sexta-feira (20). Os investigados na operação são suspeitos de peculato e associação criminosa.
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A Saúde da capital goiana enfrenta uma crise há quase dois meses, com inúmeros pacientes à espera de UTI e falta de atendimentos em unidades de saúde. Ao todo, a operação “Speedy Cash” teve como missão cumprir cinco mandados de prisão e 17 de busca e apreensão em Goiânia e em Anápolis.
Wilson Pollara, ex-secretário municipal de Saúde de Goiânia, segue foragido. A Polícia Civil tentou cumprir um mandado de prisão expedido contra ele na última terça-feira (17), mas sem sucesso.
Ao g1, o advogado Thiago Peres, que representa Pollara, disse que ele está em São Paulo desde a semana passada para fazer consultas médicas e iniciar o tratamento para um câncer no rim, diagnosticado no início deste mês. Disse ainda que não teve acesso aos autos e que irá se manifestar logo que acessar a íntegra do processo.
Investigação
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A polícia detalhou que a investigação apura os crimes de peculato e associação criminosa que teriam sido praticados em um convênio de 2024 feito entre a Secretaria Municipal de Saúde e uma associação privada sem fins lucrativos.
Este contrato seria voltado à aquisição de equipamentos para serviços de saúde móvel, palestras e pesquisas sobre acessibilidade e avaliação do microbioma intestinal em pacientes com Doença de Crohn grave submetidos ao transplante não mieloablativo de células-tronco hematopoéticas.
A investigação ainda revelou que os R$ 10 milhões que foram transferidos da secretaria para a associação durante o convênio foi gasto muito rapidamente, em apenas 17 dias, entre 20 de agosto e 05 de setembro. Esse gasto teria sido por meio de transferências via PIX, TED e TEV, além de saques em dinheiro. A velocidade do desvio deu origem ao nome Operação Speedy Cash, indicando o uso indevido dos recursos públicos.
Prisão de secretário
O então secretário de Saúde de Goiânia, Wilson Pollara, foi preso em 27 de novembro deste ano, em uma operação do Ministério Público de Goiás (MP-GO). Segundo os promotores, o secretário executivo, Quesede Ayres Henrique, e o diretor financeiro da Secretária Municipal de Saúde de Goiânia, Bruno Vianna Primo, também foram presos durante o cumprimento de três mandados de prisão temporária e oito de busca e apreensão. A ação investigava pagamentos irregulares em contratos administrativos e supostas associações criminosas na pasta.
Sobre a prisão, a defesa de Pollara informou na época que iria se manifestar formalmente após ter acesso ao processo (leia a nota na íntegra ao final do texto). Wilson e os demais investigados foram soltos no último dia 7 de dezembro.
Nota da defesa de Wilson Pollara
A defesa de Wilson Modesto Pollara informa que ainda não obteve acesso aos autos e que, tão logo esteja de posse dos elementos informativos referentes à operação deflagrada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), emitirá um posicionamento formal e fundamentado. Diante do histórico de Pollara, que registra mais de cinco décadas de exercício da medicina e de cargos públicos na área de saúde sem máculas, marcadas por notória contribuição técnica, social e acadêmica, a defesa reafirma seu compromisso com a verdade e com o pleno respeito ao contraditório e ao devido processo legal, certa de que a inocência de seu cliente será devidamente reconhecida no curso das apurações.
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