‘RG do boi’ atende mercado externo e fortalece fiscalização ambiental; entenda


Uso de brincos para rastreamento de bovinos será obrigatório até 2032. Novo ‘RG do boi’ dá mais credibilidade à carne brasileira
O Brasil deu mais um passo para atender às exigências do mercado internacional de carne bovina. A partir de 2032, o uso de brincos para rastreamento será obrigatório para todos os bovinos no país. A medida, que cria uma espécie de “RG do boi”, foi comentada nesta quinta-feira (19) pelo jornalista André Trigueiro no Estúdio i, da GloboNews. Veja no vídeo acima.
“A meta é a seguinte: o Brasil, como grande produtor de proteína animal, com rebanho, tem mais boi no pasto que brasileiro. O número totalizado no ano passado, deu 238 milhões de bois, menos de 4% tem o tal do brinquinho, que permite a rastreabilidade total: onde o bezerro nasceu, onde foi engordado, se ele saiu de estado, foi para outro estado, onde houve o abate. Outros países do mundo que têm esse protagonismo na produção de carne de boi ou de búfalo, como aqui pertinho da gente, Argentina, Uruguai, têm rastreabilidade total”, afirma.
Segundo Trigueiro, a implementação completa da medida no Brasil será um marco, permitindo respostas rápidas a eventuais acusações sobre a carne brasileira, como as feitas recentemente pelo Carrefour. Além de atender às demandas sanitárias do mercado internacional, como o acordo Mercosul-União Europeia.
A rastreabilidade individual, boi com RG, vai permitir que isso seja demonstrado de forma taxativa: “Aonde? Porque nós temos todo o balanço aqui e não estamos vendo nenhum problema sanitário”.
Ainda segundo o jornalista, a rastreabilidade também deve servir como uma ferramenta de fiscalização ambiental.
“A medida permitirá identificar se o boi foi criado em áreas ilegais, como pastagens abertas em florestas desmatadas, e monitorar propriedades acusadas de trabalho escravo ou infantil”, destacou Trigueiro.
A adesão ao sistema enfrentava resistência por parte de pecuaristas devido ao custo, estimado entre R$ 5 e R$ 8 por brinco. Com a obrigatoriedade, a expectativa é que os preços caiam e a tecnologia seja amplamente implementada.
“Os ambientalistas estão festejando. Veja, é um raro encontro de interesses. Você está visando a questão sanitária, mas não tem como dissociar da questão ambiental”, conclui.
‘RG do boi’ atende mercado externo
Reprodução/GloboNews
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