Em diplomação, Nunes volta a falar da dificuldade de manter tarifa de ônibus congelada e desenha seu secretariado para 2025


A tarifa na cidade está congelada em R$ 4,40 desde janeiro de 2020, último ano que houve reajuste na cidade, ainda na gestão do ex-prefeito Bruno Covas (PSDB). Segundo o prefeito, o aumento deve ser abaixo da inflação do período. O prefeito reeleito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), é diplomado pela Justiça Eleitoral, no Memorial da América Latina, na Barra Funda
EDI SOUSA/ATO PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) voltou a falar nesta quinta-feira (19) que “acha difícil” manter a tarifa de ônibus congelada no ano de 2025.
“Ainda há um esforço para manter congelada, mas se vier será abaixo da inflação. Mas acho difícil manter congelado”, afirmou.
A tarifa na cidade está congelada em R$ 4,40 desde janeiro de 2020, último ano que houve reajuste na cidade, ainda na gestão do ex-prefeito Bruno Covas (PSDB).
No período, a inflação acumulada em São Paulo pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) foi de 32,77%, segundo o IBGE. Isso significa que, se a Prefeitura de São Paulo fosse elevar a tarifa para corrigir toda a inflação acumulada do período, o novo preço da passagem a partir de janeiro seria de ao menos R$ 5,84. Mas Nunes afirma que essa o reajuste não se dará dessa forma.
Nos últimos dias, o prefeito vem sinalizando que a tarifa vai aumentar, na segunda-feira (16), em conversa com a GloboNews, Nunes afirmou que a equipe dele estuda um reajuste que não seja superior à inflação acumulada dos últimos quatro anos de tarifa congelada na cidade.
“Estamos vendo a possibilidade de não fazer a correção da inflação, ou não fazer a correção de toda inflação. Já estamos no quarto ano consecutivo sem correção. Aumento não terá. Pode ter parte da correção da inflação”, escreveu o prefeito.
O grupo de trabalho para definição dos secretários já recebeu as indicações dos partidos que compuseram a base de Nunes, e o prefeito deve anunciar em torno de mais cinco nomes na próxima semana.
A declaração foi dada após o evento de diplomação dos eleitos em outubro. Nunes, seu vice, coronel Mello Araújo (PL), e os 55 vereadores eleitos foram diplomados.
Composição de secretariado
O prefeito também comentou sobre as mudanças do seu secretariado para o próximo mandato. Nunes afirmou que Luiz Carlos Zamarco será mantido à frente da Saúde, e reiterou as mudanças já anunciadas: a de Fabrício Cobra Arbex, que deixa a Casa Civil para assumir a Secretaria das Subprefeituras no lugar de Alexandre Modonezi, e a da Procuradoria-Geral do Município, em que Luciana Nardis assumiu o cargo para suceder Marina Magro, morta em novembro.
Parte do secretariado deve se manter, como Edson Aparecido (Governo) e Elisabete França (Urbanismo e Licenciamento). Há a possibilidade de Eisabete ir para a pasta da Habitação, porém. Em ambos os casos, a secretaria executiva de Mananciais ficaria sob a secretária Elisabete França.
Durante as eleições, o presidente da Câmara, Milton Leite (União Brasil), pleiteou que se criassem duas novas pastas.
Uma secretaria de Mananciais, justamente, que seguirá apenas como secretaria executiva, e outra de Defesa dos Direitos dos Animais. Ambas não estão nos planos. Está em estudo a possibilidade de recriar a Secretaria de Planejamento, que foi rebaixada na gestão Doria para o status de secretaria- executiva.
Está nos cálculos também a indicação estratégica de vereadores para algumas pastas, para que suplentes possam assumir um assento na Câmara. A medida deve beneficiar Paulo Frange (MDB), que não se reelegeu vereador. Com um titular da Câmara sendo contemplado com uma secretaria, ele assume a vereança novamente.
A estratégia, porém, deve prejudicar o vereador Rodrigo Goulart (PSD), que se destacou como relator das revisões do Plano Diretor e do Zoneamento e estava bem cotado para assumir uma pasta. O problema é que seu suplente direto seria Carlos Bezerra, que foi secretário da Assistência Social na gestão atual e não se reelegeu vereador. Bezerra não é bem quisto atualmente pelo governo, então não há a intenção de beneficiá-lo indiretamente para que ele volte à Câmara. Com isso, o indicado do partido de Gilberto Kassab deve vir de fora da Câmara, e Goulart seguirá vereador.
Diplomação
Ricardo Nunes (na fila da frente, o terceiro da esquerda para a direita) é diplomado para um segundo mandato
Paulo Gomes/TV Globo
O evento é uma espécie de colação de grau e marca a última etapa das eleições, sob a organização do Tribunal Regional Eleitoral de SP (TRE-SP). No dia 1º de janeiro, os 57 eleitos tomarão posse em evento na Câmara Municipal.
Mello Araújo não foi à diplomação e não informou o motivo. Além dele, quatro vereadores eleitos se ausentaram: Jair Tatto (PT), Renata Falzoni (PSB), Trípoli (PV) e Gabriel Abreu (Podemos).
Tatto não foi por motivos pessoais, e Falzoni está impedida por um problema de saúde. Trípoli e Abreu não informaram por que faltaram.
A ausência não gera nenhum ônus aos faltantes, uma vez que a solenidade tem caráter cerimonial apenas, um “coroamento” das eleições. O diploma do mandato estará disponível para os eleitos no sistema do TRE-SP.
Cerimônia de diplomação de Ricardo Nunes e vereadores
Paulo Gomes/TV Globo
A cerimônia foi comandada pelas autoridades eleitorais, o presidente da Junta Eleitoral Apuradora e Totalizadora do município, o juiz Antonio Maria Patiño Zorz, e o presidente do TRE, o desembargador Silmar Fernandes.
Também estavam presentes o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o presidente da Câmara, Milton Leite, e o ex-presidente da República Michel Temer.
Entre os convidados estavam secretários municipais e estaduais, deputados estaduais e federais, o presidente do Tribunal de Contas do Município (TCM), Eduardo Tuma, a procuradora-geral do estado, Inês dos Santos Coimbra, e a defensora pública geral do estado, Luciana Jordão.
Renovação e bancadas
A Câmara teve uma renovação de 36% dos seus assentos. Entre os vereadores que serão diplomados, 35 foram reeleitos e 20, eleitos.
Os cinco vereadores mais votados são estreantes:
O influencer Lucas Pavanato (PL);
Ana Carolina Oliveira (Podemos), mãe de Isabella Nardoni;
Dr. Murillo Lima (PP), defensor da causa animal;
Sargento Nantes (PP), PM da Rota;
Amanda Paschoal (PSOL), ativista trans.
A maior bancada será do PT, que manteve o número de oito cadeiras. Isso não significa, porém, que a oposição será maioria na Casa, uma vez que três partidos da base têm sete cadeiras cada um: o partido de Nunes, o MDB, o de seu vice, o PL, e o União Brasil, que comanda a Câmara e deve seguir na presidência da Casa, ainda que o atual presidente, Milton Leite, não tenha disputado a eleição.
Maiores bancadas de vereadores da Câmara Municipal de São Paulo para o mandato 2025/2028.
Reprodução/TV Globo
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