A energia do Taycan

A energia do TaycanEduardo Rocha

Taycan ganha fôlego

Atualização de meia-vida dá mais autonomia e esportividade ao Porsche elétrico

por Mauricio Juárez

Autocosmos.com/México

Exclusivo no Brasil para Auto Press

A Porsche foi uma das primeiras marcas a se interessar de forma mais séria pela mobilidade elétrica. Tanto como alternativa para alimentar seus carros quanto como suporte para extrair deles mais desempenho, sem necessariamente quebrar as regras ambientais cada vez mais rígidas na Europa e em outras regiões do mundo. O Porsche Taycan foi uma primeira declaração de poder e, depois de alguns anos no mercado, passa agora por uma atualização que realmente melhorou algo que já parecia difícil de superar.

Por fora, foram mudanças tão sutis que é difícil identificá-las. De qualquer forma, as alterações mais importantes não foram na aparência. Durante os dias de apresentação, ficou claro que essa atualização direcionou quase 50% do orçamento total do projeto para duas áreas principais: desempenho e eficiência energética. Afinal, esses dois pontos são os pilares do Taycan, com o desempenho sendo fundamental para ostentar o brasão da Porsche e a eficiência é essencial para um carro elétrico de alto desempenho.

É por isso que, por fora, o Taycan 2025 traz apenas pequenos ajustes no formato dos faróis, no painel, no para-choque traseiro, em alguns novos designs de rodas, na treliça das lanternas e na forma como elas se unem ao centro. De fato, o Taycan realmente não precisava de uma reforma radical. Além de ser perfeitamente identificável como um carro da casa de Stuttgart, suas linhas também ainda eram mais do que válidas.

Durante a apresentação, estavam disponíveis modelos com carroceria sedã e perua, chamada aqui de Sport Turismo. No entanto, dentro das variantes de perua do Taycan, apenas a carroceria Cross Turismo chega ao Brasil, que mantém o mesmo desempenho, mas com uma distância ao solo um pouco maior e um visual mais próximo do aventureiro do que do esportivo.

Não houve maiores alterações nas dimensões externas dos modelos, que são praticamente idênticas entre si – diferem apenas na altura, com a versão Cross Turismo com 1,41 metro contra 1,38 m do sedã. No comprimento, são 4,97 metros, com 1,97 m de largura e 2,90 m de entre-eixos. O porta-malas comporta 406 litros em ambos os modelos. O peso varia de acordo com a versão, mas começa em 2.100 kg e ultrapassa um pouco os 2.300 kg nas versões mais altas na gama.

Na linha 2025, todos os Taycan passaram a ter suspensão adaptativa de série e ganharam também baterias de maior capacidade e mais leves – a autonomia pode ser até 190 km maior. Para dar uma ideia, com as novas baterias de 105 kWh, dependendo da versão, o modelo pode rodar entre 579 e 678 km no ciclo WLTP (ou próximo de 405 e 475 km, no padrão InMetro). Enquanto a menor, de 89 kWh, pode ficar entre 503 e 590 km (de 350 a 410 km).

A gama Taycan é bem extensa. Só no Brasil são sete versão na configuração sedã e outras três na Cross Turismo. A mais básica é chamada simplesmente de Taycan, com 408 ou 435 cv, e torque de 41,8 ou 42,8 kgfm, com zero a 100 km/h e 4,8 segundos e máxima de 230 km/h. Na sequência vêm Taycan 4 (408 cv e 4,6 segundos de zero a 100 km/h); 4S (598 cv e 3,7 segundos); GTS (700 cv, 3,3 segundos); Turbo (884 cv, 2,7 s), Turbo S (952 cv, 2,4 s); e Turbo GT (1.034 cv, 2,2 s). Já a configuração Cross Turismo tem apenas as motorizações 4, 4S e Turbo, com os mesmos números das respectivas versões do sedã. Os preços vão de R$ 750 mil a R$ 1,2 milhão.

O interior do Porsche Taycan 2025 permaneceu praticamente inalterado. Apenas algumas melhorias pontuais foram introduzidas para facilitar o uso e o funcionamento. De um modo geral, a interface do sistema da central multimídia foi refinada com melhores animações, menus mais simples e agora a capacidade de transmitir conteúdo quando o carro está parado. O mesmo acontece com a tela que é colocada à frente do copiloto. Além disso, o carro mantém uma grande dependência da tela sensível ao toque principal ou do console central para controlar elementos tradicionais como ar-condicionado ou algum recurso dos bancos.

Os materiais são simplesmente incríveis, de alta qualidade, com couros e plásticos refinados bem distribuídos por toda parte. Além disso, o modelo tem uma enorme capacidade de personalização para alcançar o equilíbrio de funções, cores e conforto. A posição de dirigir é excelente e, embora seja um carro elétrico, não o condutor não fica tão elevados quanto em outros produtos. Também é muito fácil encontrar nossa posição correta e confortável.

Um detalhe muito interessante é que todos os modelos possuem suspensão adaptativa, porém, aqueles que também possuem suspensão a ar, agora toda vez que se abre a porta seja para entrar ou sair do carro, a suspensão infla os amortecedores para que o carro ganhe vários centímetros de altura que facilite o acesso. Assim que a porta é fechada, o carro volta à altura previamente configurada.

Impressões ao dirigir

Refinamento dinâmico

Desde o primeiro contato com o Taycan, fica claro que faz uma das melhores mágicas, também conhecida como engenharia. E uma das coisas que mais surpreende é que o modelo, mesmo pesando mais de 2 toneladas, se comporta como se fosse um carro de 1.500 kg. No modelo 2025, a marca focou em melhorar o desempenho e a eficiência. Para começar, agora todos os modelos podem fazer de zero a 100 km/h em menos de 5 segundos. Na verdade, o modelo mais lento completa essa aceleração em 4,8 segundos. Já o mais rápido cumpre a tarefa em brutais 2,2 segundos.

Na avaliação, feita nas pistas do Porsche Experience Center, em Atlanta, havia exercícios para verificar agilidade e reação em diversas situações, voltas rápidas e passagens de controle em superfícies escorregadias. Os controles eletrônicos do Taycan, como vetorização de torque e controles de tração e de estabilidade, permitem manobras impressionantes sem perda de controle. O desafio maior é se acostumar com a entrega de potência, que é instantânea e brutal. Além disso, encontrar o limite de aderência mecânica é realmente difícil, mesmo com as mais de 2 toneladas do modelo.

O trabalho de suspensão, a eletrônica e a aderência dos pneus formam um haltere quase perfeito que transmite muita segurança, embora por mais fácil que seja dirigir você tenha que ganhar experiência e se acostumar, pois controlar até 952 cv não é algo fácil e simples ao limite. A aceleração é brutal e a variante avaliada, Turbo S, faz de zero a 100 km/h em 2,4 segundos e alcança 260 km/h.

No trecho rodoviário, foi avaliada da versão GTS da Cross Turismo, o que equivale a um equilíbrio entre um desempenho muito superior ao normal. O limite de potência é de 700 cv, mas sem atingir os extremos de uma variante Turbo S ou Turbo GT. Tem um foco maior no prazer de dirigir, com configurações um pouco mais firmes e diretas, mas sem ser um desenvolvimento voltado para as pistas.

Com a versão Cross Turismo é possível perceber claramente o trabalho da nova suspensão adaptativa e o controle de rolagem da carroceria, que fazem com que o carro fique extremamente estável e suave sempre. No modo normal ou conforto, os buracos ficam quase imperceptíveis devido à velocidade de ação da suspensão. Sem dúvida, uma máquina impressionante.

 

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