Estudo: cães identificam “odor” de câncer na urina de outros cachorros

Um estudo publicado no periódico científico Veterinary and Comparative Oncology comprovou que os cães são capazes de identificar o “cheiro” de tumores malignos na urina canina, se treinados adequadamente para isso.

De acordo com os pesquisadores da Universidade de Bristol, o câncer é uma das principais causas de mortalidade nos cães de estimação, se apresentando quase na mesma taxa de incidência que a dos seres humanos.

Por isso, a identificação com cães treinados é um possível teste de diagnóstico não invasivo adicional para controlar o avanço da doença.

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Estudos anteriores já comprovaram que os cães são capazes de identificar doenças em seres humanos. Inicialmente, a pesquisa foi realizada com quatro cães treinados anteriormente para detectar tanto o câncer de bexiga quanto o de próstata em seres humanos.

Para executar os testes com amostras caninas, os pets foram treinados para diferenciar também as amostras de urina canina que continham carcinoma urotelial (CU) — câncer de bexiga — das que não tinham.

Imagem colorida de amostras enfileiradas de suportes de aço inoxidável
Os suportes de aço inoxidável foram enfileirados para que os cães pudessem realizar a identificação

A identificação por meio do cheiro é possível devido ao padrão de odor secretados pelas células cancerígenas, específico e único aos químicos orgânicos dessas células.

Os quatro cães eram recompensados por mostrarem uma mudança comportamental em resposta ao cheiro do carcinoma.

As amostras foram posicionadas enfileiradas ao longo de uma linha de quatro suportes de aço inoxidável, a um metro de distância, cada um com um braço segurando um frasco de vidro de 40 ml contendo uma amostra.

O sinal positivo dado pelos pets treinados foi de sentar e olhar. Quando identificado corretamente a amostra, os cães eram recompensados com comida ou brincadeira com uma bola.

Um dos animais de estimação envolvidos na pesquisa precisou se ausentar por condições de saúde, restando dois cocker spaniel, um macho e uma fêmea — de 11 e 8 anos, respectivamente, além de um labrador retriever de 4 anos, sendo todos os pets castrados. Os cachorros foram treinados durante 148 dias, com cerca de 29 sessões de treinamento.

Cada cachorro recebeu 20 amostras livres do carcinoma urotelial, e 10 amostras positivas para a doença, de diferentes animais.

Segundo os pesquisadores, os cães podem ser treinados para detectar o câncer na urina de cães com o diagnóstico.

As chances variam para 80% dos casos com alta sensibilidade e 91,7% com especificidade. “Isso é especialmente útil para pacientes que são difíceis de lidar devido ao medo ou outros problemas comportamentais, tornando a urina um meio ideal para triagem por cães de detecção médica”, declaram.

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