Vigilantes da linha férrea são presos por tortura após manterem homem em cárcere privado em Americana


Funcionários da empresa de segurança teriam se recusaram a soltar o rapaz, além de terem ameaçado guardas municipais com uma arma de choque. Vigilantes de empresa privada são presos por manter homem em cárcere privado em Americana
Quatro vigilantes patrimoniais que prestam serviço à concessionária Rumo, responsável pela linha férrea estado de São Paulo, foram presos na tarde desta segunda-feira (16) em Americana (SP) por tortura e desobediência.
Segundo a Polícia Civil, eles mantiveram preso um jovem de 27 anos que foi colocado em uma cela improvisada às margens da linha de trem e, quando abordados pela Guarda Municipal, se recusaram a soltar o rapaz, além de terem ameaçado os agentes com uma arma de choque.
Em depoimento, a vítima disse que foi colocada no local por um homem, e não pelos vigilantes, e que teria que fazer uma transferência pix de R$ 5 mil para ser solto. Ainda assim, a Polícia Civil considerou que, ao manterem ele preso sem água e comida, os vigilantes foram omissos.
“Considerando o local utilizado como forma de incutir intenso sofrimento à vítima, como condição para a realização de pagamento, restou segura a incidência do crime de tortura, na modalidade omissiva, ocasião em que todos os agentes de segurança provada foram ouvidos a termo, indiciados e recolhidos ao cárcere”, disse a Polícia Civil.
Homem foi mantido em cárcere privado em Americana
Polícia Civil
A Polícia Civil afirmou que o jovem estava preso desde a manhã desta segunda na “cela” e que, quando os guardas municipais pediram que ele fosse solto, houve resistência dos vigilantes.
“Prezando pela preservação da vida humana, o guarda tentou retirar a vítima do local, sem sucesso. Quando informou que acionaria o Corpo de Bombeiros para auxílio, um dos vigilantes empunhou uma pistola Spark, arma de choque”, informou a Polícia Civil.
Armas de fogo, coletes balísticos, aparelhos celulares e veículos dos vigilantes foram apreendidos e serão encaminhados ao Instituto de Criminalística para perícia. O caso foi registro na Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Americana.
A concessionária Rumo e a empresa de segurança CampSeg não se manifestaram até a última publicação desta reportagem.
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