
Moradores de Orbetello, uma cidade turística da Toscana (Itália), estão pedindo a declaração de estado de emergência para combater uma invasão de pernilongos que tem mantido a população trancada em casa e ameaçado o setor turístico local.
Milhões desses pequenos insetos tomaram conta de Orbetello, uma faixa de terra que avança sobre a lagoa de mesmo nome, uma reserva natural situada entre o Mar Tirreno e o Monte Argentario, na costa toscana.
Segundo pescadores da região, o surgimento das nuvens de pernilongos começou há cerca de três semanas. Eles apontam como causa a morte em massa de peixes, ocorrida em 2024 — os chamados alevinos, principais predadores das larvas dos pernilongos. Problemas semelhantes já ocorreram antes, e os pescadores afirmam para a The Associated Press (AP) que as mortes dos peixes estão relacionadas à falta de oxigênio na água.
Na quinta-feira (21), a prefeitura de Orbetello anunciou a liberação de 300 mil euros (cerca de 327 mil dólares) para financiar ações emergenciais contra a infestação, após reunião com associações comerciais locais. Uma comissão permanente foi criada, e as medidas visam “proteger os cidadãos e as atividades econômicas da região”, afirmou o prefeito Andrea Casamenti à AP. No entanto, detalhes das ações ainda não foram divulgados.
Insatisfeitos, moradores exigem que o governo regional da Toscana também declare o estado de emergência, o que possibilitaria acesso a mais recursos financeiros. Um abaixo-assinado no site Change.org, intitulado “Salvem a Lagoa de Orbetello”, já havia reunido mais de 19 mil assinaturas até o final da quinta-feira (20).
“Não podemos sair para caminhar ao ar livre. Não podemos abrir as janelas. Estamos segregados dentro de casa, como nos primeiros dias da pandemia de Covid-19”, descreve a petição, que atribui o problema à má gestão da lagoa.
Pier Luigi Piro, presidente da cooperativa de pescadores de Orbetello, afirmou que a situação escancara a necessidade de investimentos estruturais para limpar os canais e melhorar a circulação da água entre a lagoa e o mar Tirreno. “Esperamos que o consórcio formado pela prefeitura e pelas entidades comerciais comece a agir o quanto antes”, declarou.
“Estamos fazendo tudo isso porque esperamos ter uma temporada turística tranquila. Caso contrário, além dos prejuízos, muitas atividades correm risco de fechar as portas”, alertou Piro.