Veja quantos jornalistas foram mortos em 2024 cobrindo guerras

A organização internacional Repórteres Sem Fronteiras (RSF) divulgou o balanço dos jornalistas mortos, presos, feitos de reféns e desaparecidos no mundo de janeiro a dezembro de 2024. Segundo o levantamento, o número de jornalistas mortos em zonas de conflito é o mais elevado dos últimos cinco anos.

A região de guerra que mais se destaca em número de jornalistas mortos foi a de Gaza. De acordo com a RFS, “Gaza tornou-se a região mais perigosa do mundo para os jornalistas, onde o próprio jornalismo está ameaçado de extinção”.

“Um terço dos jornalistas mortos este ano foram mortos por bombas das forças armadas israelenses. Israel também se tornou uma das cinco maiores prisões do mundo para jornalistas”, diz o relatório.

Os Repórteres Sem Fronteiras apontam que, em 2024, a Faixa de Gaza concentrou cerca de 30% dos jornalistas mortos no cumprimento do dever.

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Jornalistas mortos na região de Gaza

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Mortes de jornalistas por país em 2024

Arte/Metrópoles

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Jornalistas mortos na região de Gaza

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“A Palestina é o país mais perigoso para os jornalistas, registando um número de mortes mais elevado do que qualquer outro país nos últimos cinco anos”, destaca o RSF.

Segundo o relatório, o número de jornalistas mortos por cobrirem zonas de conflito alcançou o nível recorde desde 2020, “devido ao grande número de jornalistas mortos no Paquistão e durante os protestos no Bangladesh”.

Além de Gaza, repórteres também foram mortos no Paquistão, no México, em Bangladesh, na Birmânia e na Rússia.

Segundo o levantamento, no Paquistão, sete jornalistas foram mortos e no México foram registrados cinco assassinatos. Em Bangladesh, a repressão violenta das manifestações deixou cinco jornalistas mortos. “A polícia os visou deliberadamente, numa tentativa sistemática de censurar a cobertura da revolta histórica que levou à derrubada do governo existente”, afirmou o Repórteres Sem Fronteiras.

Já na Birmânia, que vive “um conflito ignorado pelos meios de comunicação internacionais”, três jornalistas foram mortos.

De acordo com os números, as forças armadas israelenses (IDF) são responsáveis pela morte de um terço dos jornalistas em 2024. Dos 54 repórteres mortos, 18 foram assassinados pelas IDF, acusa o documento.

“Os jornalistas não morrem, eles são mortos. Devemos exigir a responsabilização de todos os que estão por trás desses assassinatos. Começando pelas forças armadas israelenses que, desde 7 de outubro de 2023, já não se escondem atrás de investigações ilusórias e disfarçam o ataque a jornalistas em luta contra o terrorismo, acrescentando ignomínia à eliminação física intencional”, conclui o RSF.

 

 

Veja os casos de jornalistas mortos em guerras

México – 5 mortos

Apesar do mecanismo de proteção implementado para profissionais da comuniação pelo Estado, o jornalista e fundador do meio de comunicação El Hijo del Llanero Solitito, Alejandro Alfredo Martínez Noguez, foi baleado dentro da viatura policial de sua escolta de segurança durante uma reportagem.

Rússia – 1 mortos

A jornalista freelancer Victoria Roshchina, que colaborava com a mídia ucraniana Ukraïnska Pravda, desapareceu em 3 de agosto de 2023 quando viajava para os territórios ucranianos ocupados pela Rússia. Seus familiares souberam que ela foi morta em cativeiro no dia 19 de setembro de 2024, sem explicações sobre as circunstâncias da sua detenção e de sua morte. O corpo da jornalista ainda não lhes foi devolvido.

Dos 38 jornalistas detidos pela Rússia, 18 são ucranianos.

Palestina – 16 mortos  e Libano – 2 mortos

Mais de 155 jornalistas foram mortos pelo exército israelense desde outubro de 2023 em Gaza e no Líbano:
um massacre sem precedentes.

Paquistão – 7 mortos

No Paquistão foram sete assassinatos em 2024, tornando o país em um dos lugares do mundo mais perigosos para jornalistas.

O jornalista independente Kamran Dawar foi morto a tiros no dia 21 de maio em frente à sua casa. Ele era fundador da WaziristanTV no Facebook e apresentador de um canal no YouTube dedicado aos desafios sociais na sua região, na fronteira com o Afeganistão.

Bangladesh – 5 mortos

As manifestações de julho, desencadeadas pelo restabelecimento de um sistema de cotas considerado discriminatório para o acesso aos empregos públicos, foram reprimidas de forma sangrenta pela polícia. Nesses conflitos, cinco jornalistas perderam a vida e muitos outros ficaram feridos.

Entre eles está Mehedi Hasan, jornalista do site Dhaka Times, morto no dia 18 de julho enquanto cobria confrontos entre manifestantes e a polícia num bairro no sul da capital, Dacca.

Birmânia – 3 mortos

O corpo de Myat Thu Tun, colaborador do Western News, foi encontrado no dia 11 de fevereiro na região de Rakhine,
com vestígios de tortura e buracos de bala. Detido desde setembro de 2022 pela junta militar birmanesa, ele foi o quinto jornalista morto pela junta militar birmanesa no poder desde o golpe de fevereiro de 2021.

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