“Famílias destruídas”, diz sobrinha de homem que morreu em UPA

Na última sexta-feira (13/12), José Augusto Mota da Silva, de 32 anos, morreu enquanto aguardava atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Cidade de Deus, na zona oeste do Rio. As imagens do corpo do homem sendo retirado após morrer na cadeira de espera, foi gravada por pessoas que estavam no local.

Em entrevista cedida ao Metrópoles, a sobrinha da vítima, Emily Larissa, de 19 anos, conta que o velório foi repleto de emoções e que o próximo passo é a busca pela justiça, para que outras famílias não passem pelo que o tio passou.

Ela explica que soube do falecimento do tio através do amigo que o acompanhou ao hospital. “O amigo dele ligou para minha mãe e contou o que havia acontecido. Ele tinha ido apenas buscar a filha em casa e voltar para continuar com o meu tio, mas quando chegou em casa já recebeu o vídeo dele morto.”

A jovem está, junto com a mãe, à frente de todas as burocracias e explica que até o momento não conseguiu prestar boletim de ocorrência.

“A gente não conseguiu fazer no Rio de Janeiro, foi tudo muito rápido e como não conhecemos a cidade, não sabíamos como fazer. Amanhã vou correr atrás de tudo isso aqui na minha cidade mesmo, vou procurar um advogado para representar a gente ou fazer o que for possível, já que não temos condições financeiras de pagar por um.”

Ela conta que mesmo que não consiga o advogado, vai tentar de todas as maneiras possíveis, para que a história de José Augusto não se repita. “Se não fizermos nada, o mesmo pode acontecer com outras pessoas e destruir outras famílias.”

A mãe de Emily, Meiriane Mota, se emocionou muito durante o enterro e teve que buscar ajuda médica. Segundo a filha, eles tinham uma relação muito próxima e se falavam praticamente todos os dias.

Relembre o caso

Na última sexta-feira (13/12), um homem de 32 anos morreu enquanto aguardava atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Cidade de Deus, na zona oeste do Rio.

Nas imagens divulgadas nas redes sociais aparece o corpo de José Augusto Mota da Silva sendo retirado após a morte, com pessoas ao redor indignadas com a situação: “Agora ele é paciente, né?”.

Os funcionários que estavam de plantão serão demitidos, de acordo com o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.

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