Lula defende direito à “presunção da inocência” de Braga Netto após prisão

Lula em coletiva de imprensa no Hospital Sírio-LibanêsReprodução/Instagram

O presidente Lula (PT) comentou pela primeira vez, neste domingo (15), a prisão do general Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), realizada pela Polícia Federal neste sábado (14). Segundo a corporação, o general estava “atrapalhando a livre produção de provas” da investigação sobre a trama golpista.

Em coletiva de imprensa da equipe médica do Hospital Sírio-Libanês, que anunciou a alta hospitalar do presidente após a internação de cinco dias, Lula defendeu o direito de Braga Netto à presunção da inocência. Entretanto, o petista reiterou que, se for culpado, o general deverá responder pelo que fez.

“O que aconteceu nesta semana com a decretação da prisão do general Braga, eu vou demonstrar para vocês que eu tenho mais paciência e sou democrático: eu acho que ele tem todo direito à presunção da inocência. Eu não tive, eu quero que eles tenham”, afirmou Lula.

“Todo direito e todo respeito para que a lei seja cumprida, mas se esses caras fizeram o que tentaram fazer, eles terão que ser punidos severamente. Esse país tem gente que fez 10% do que eles fizeram e foram mortos na cadeia”, completou o petista, se referindo às investigações sobre a tentativa de golpe de Estado que descobriram, entre outras ações, um plano de assassinato de autoridades, que incluíam o próprio Lula como alvo.

O presidente também disse que não pode aceitar o desrespeito à democracia e à Constituição.

“Não é possível a gente admitir que, num país generoso como o Brasil, a gente tenha gente de alta graduação militar tramando a morte de um presidente da República, tramando a morte do seu vice, e tramando a morte de um juiz que era presidente da suprema corte eleitoral”, prosseguiu.

Lula está de alta

Após cinco dias internado, Lula recebeu alta hospitalar neste domingo (15). Ele foi internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, devido a uma hemorragia intracraniana decorrente de uma queda que ele sofreu em outubro.

Ao longo da internação, Lula passou por dois procedimentos cirúrgicos na cabeça: na terça-feira, fez uma cirurgia de emergência para drenar o hematoma e na quinta (12), passou por uma embolização das artérias meníngeas, para bloquear o fluxo sanguíneo entre artérias e prevenir novos sangramentos na região cerebral.

“Eu estou voltando para casa agora tranquilo, certo de que eu estou curado e que eu preciso me cuidar”, disse o petista, adicionando que passará o Natal e o Ano Novo em casa. “Estou vivo, inteiro e com vontade de trabalhar. (…) Tenho muito trabalho a fazer”, disse.

A previsão inicial de alta do hospital era para o início desta semana. De acordo com os médicos, o petista não apresenta sequelas e deve deixar o hospital nas próximas horas. Ele ficará na casa dele em São Paulo até quinta-feira (19), quando passará por uma tomografia de controle em reavaliação.

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