Vocalista da banda Pagod’art fala sobre lançamentos, apostas e parcerias para o verão 2025: ‘a nata do pagode baiano’


Cantor Flavinho também comentou sobre os desafios na manutenção do público durante os 25 anos de história do grupo. Vocalista do Pagod’art comenta sobre lançamentos musicais para o verão 2025
“Parece até maluquice, loucura, doideira, esse cara vive a se balançar…”. Baianos de todas as idades conhecem a primeira frase de um dos maiores hits do pagodão, música que tem um nome, no mínimo curioso: “Uisminofay”. O sucesso da banda Pagodart – e o indefectível solo de cavaquinho que marca a introdução da canção – está na boca do povo há mais de duas décadas. Agora, o desafio é se manter relevante em meio a tantos grupos que surgem no cenário artístico.
Para isso, o Pagodart tem investido em parcerias e novos compositores. O projeto audiovisual que comemora os 25 anos do grupo foi gravado em Salvador, no início do mês de dezembro, e contou com as participações de Léo Santana, Márcio Victor (Psirico), Tony Salles, Igor Kannário, Rubynho, Lincoln Senna (Parangolé), Beto Jamaica (É O Tchan) e Bruno Magnata (La Fúria).
O lançamento ocorrerá em breve nas plataformas digitais. Em entrevista ao g1, ele destacou que todos esses nomes detém um legado no axé music, assim como o Pagodart, que saiu de Cajazeiras, na capital baiana, para conquistar todo o país.
“Para quem aprecia o bom pagodão baiano, tenho certeza que esse novo trabalho será um sucesso, porque ele tem a essência da nossa música, é a nata do pagode baiano em atividade”, comentou.
Após ‘comprar’ banda na internet, Flavinho festeja retorno ao Pagodart e planeja formar nova geração ‘Uisminofay’
Pagod’art se prepara para verão 2025
Mateus Xavier/g1 BA
“Esse audiovisual que gravamos comemora nossos 25 anos e traz diversas músicas novas, sem nunca esquecer da nossa marca, das antigas. Quando tocamos ‘Uisminoufay’, por exemplo, a galera sempre agita, parece que a música foi gravada ontem”, celebrou o cantor.
Relembre a história da música Uisminofay e a trajetória de Flavinho
Com o novo trabalho, Flavinho pretende repetir o sucesso que a “Carreta” alcançou nas paradas com outras músicas marcantes, – e de nomes estranhos – como “Ovo de Avestruz” e “Papuburugundum”.
Além disso, o objetivo é alcançar novos fãs – realidade que ele já tem notado nos shows. Como as músicas da banda são marcadas por coreografias, dancinhas antigas têm voltado à tona em aplicativos como o TikTok. Desse modo, a banda tem renovado o público com ajuda das redes sociais.
“Esses jovens não viveram a ascensão da banda em 2004. Estamos vendo que os filhos do pessoal que curtiu o grupo no passado estão tomando gosto também, outros nos conhecem pela internet. A gente fica muito feliz com esse sucesso e por saber que eles estão entendendo nosso pagode”, detalhou Flavinho
Entre os sucessos mais novos esta “Bit do Cavaquinho”, que viralizou em uma “trend” no Tiktok e Instagram e alcançou 300 mil acessos nos aplicativos e sites de música, nos últimos meses.
Música do Pagod’art vira “trend” nas redes sociais
Redes sociais/Pagod’art
Projeto de Lei
Na entrevista, Flavinho comentou sobre o Projeto de Lei 147/2024, de autoria do vereador Alexandre Aleluia (PL). A proposta, protocolada no dia 18 de novembro deste ano, visa proibir a prefeitura de Salvador de contratar artistas e bandas que tenham letras com apologias a crimes de qualquer natureza, uso drogas ilícitas ou cunho sexual explícito.
A música baiana é conhecida pelas letras “apimentadas” e de duplo sentido, em muitas canções.
Para Flavinho, se for aprovado, o projeto pode afetar a indústria musical na Bahia e levar artistas e compositores a enfrentar dificuldades. Entretanto, ele considera que “o ideal é compor uma música boa, que seja escutada para o resto da vida, e não que acabe em três meses”.
“O compositor de verdade vai fazer a canção ‘correta’, ele entende que, se fizer uma música com apologia, não pode chegar a uma criança”, avaliou.
Vocalista do Pagod’art comenta PL que pode proibir contratação de músicos em Salvador
De acordo com o vereador, o projeto visa “promover e preservar a cultura local, a moralidade administrativa e o compromisso com a proteção integral de crianças e adolescentes, estabelecendo critérios para a contratação de artistas em eventos financiados com recursos públicos pela Prefeitura de Salvador”.
Alexandre cita o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a presença de crianças e adolescentes, em eventos públicos como um ponto de atenção dos órgãos competentes para que o desenvolvimento ético, psicológico e social dessas pessoas não seja comprometido através dessa expressão artística.
Na proposta, a fiscalização para o cumprimento da lei fica a cargo da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (SECULT).
Lei Antibaixaria
Na Bahia, existe a lei estadual 12.573/2012, conhecida como “Lei Antibaixaria”, sancionada em abril de 2012 pelo então governador do estado, Jaques Wagner. O projeto da deputada estadual Luiza Maia (PT) impede a contratação de artistas que levem para os palcos músicas que estimulem violência doméstica ou exponham as mulheres a situação de constrangimento; façam apologia ao uso de drogas ilícitas; tenham manifestações de homofobia ou preconceito racial.
Na justificativa do projeto, a deputada argumentou sobre a influência da música na formação do ideário popular e na mobilização social, considerando a possível internalização das letras no “subconsciente” das pessoas, o que, pela recorrência cultural, provocaria a “banalização do destrato”.
Após o estado, em maio de 2012 foi a vez do então prefeito de Salvador, João Henrique, sancionar a lei municipal 8.286/2012, proibindo o uso de recursos públicos para contratação de artistas que tenham no repertório músicas e danças ofensivas às mulheres.
A decisão veda a contratação de artistas direta ou indiretamente cujos trabalhos “desvalorizem, ofendam, incentivem ou exponham as mulheres a situações de constrangimentos”.
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