Armas de gel têm venda proibida em cidades após “guerras” deixarem dezenas de feridos

Armas de gel preocupam autoridadesSSP

As cidades de Olinda e Paulista, no Grande Recife, proibiram a comercialização e o uso de armas de gel após relatos de lesões oculares graves associadas a esses dispositivos. A decisão ocorreu após o registro de 68 casos de ferimentos nos olhos entre 30 de novembro e 11 de dezembro,conforme informações da Fundação Altino Ventura.

As armas de gel, que disparam bolinhas de poliacrilato de sódio, podem causar lesões devido à capacidade das esferas de expandirem ao contato com água.

Esse material é utilizado em fraldas descartáveis e elementos decorativos, mas, quando projetado com força, pode provocar danos como inflamações, arranhões na córnea, baixa visão, e até hemorragias internas.

Em Paulista, o prefeito Yves Ribeiro (PT) sancionou a lei municipal 5.367/2024, que proíbe a fabricação, comercialização e distribuição das armas de gel no município.

A lei prevê sanções para os estabelecimentos que descumprirem as normas, incluindo advertências, multas, suspensão das atividades por até 30 dias e, em casos mais graves, a cassação da licença de funcionamento.

Em Olinda, o prefeito Professor Lupércio (PSD) reforçou a proibição por meio do decreto 176/2024. Além de restringir o uso e comércio das armas de gel, o município lançou uma campanha educativa para conscientizar a população sobre os riscos associados à prática.

Criança de nove anos quase perdeu a visão

Os casos relatados incluem o de Kauê, de 9 anos, que foi atingido no olho direito enquanto brincava em Paulista. A lesão resultou em hemorragia interna no olho, necessitando de cirurgia de emergência para evitar danos permanentes à visão.

A legislação estadual 12.098/2001, que proíbe brinquedos que imitam armas reais, também foi citada como justificativa para as medidas adotadas.

As autoridades ressaltam a importância da supervisão adulta em brincadeiras e da educação sobre os perigos do uso das armas de gel para prevenir novas ocorrências.

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