Cidade onde criança morreu por coqueluche está abaixo do índice ideal de vacinação contra a doença


Castilho, no noroeste paulista, possui cobertura de 86%; meta é de 95%. Criança foi internada em novembro na Santa Casa de Araçatuba (SP), mas não resistiu. Essa é a primeira morte por coqueluche no noroeste paulista neste ano. Após um mês internada, bebê de 2 meses morre de Coqueluche em Castilho
A cidade de Castilho (SP), onde a bebê de 2 meses morreu de coqueluche, está abaixo do índice ideal de vacinação contra a doença, segundo a Secretaria de Saúde do município. A morte foi confirmada pela Santa Casa de Araçatuba nesta quarta-feira (11). Saiba mais sobre o caso abaixo.
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O noroeste paulista soma sete casos da doença em quatro cidades, entre eles, a morte da bebê de Castilho. Os outros municípios com casos da doença (sem morte) são Araçatuba, São José do Rio Preto e Catanduva.
Castilho, atualmente, possui cobertura vacinal de 86%, mas a meta, índice considerado ideal, é de 95% do público, segundo a pasta.
Conforme o secretário Demilson Cordeiro, a vacinação contra a coqueluche é prevista no calendário vacinal da primeira infância e ocorre em três doses e dois reforços. As doses aos 2, 4 e 6 meses e os reforços aos 15 meses e 4 anos de idade.
Bebê de dois meses morre vítima de coqueluche em Castilho (SP)
Arquivo Pessoal
O g1 entrou em contato com o secretário da Saúde de Castilho, que explicou sobre a importância da vacinação – que também ocorre durante o pré-natal.
“A gestante recebe uma dose da vacina entre a vigésima e trigésima segunda semana da gestação, pois ela tem o intuito de aumentar os anticorpos e proteger o bebê ao nascer”, explica.
Conforme Demilson, o aleitamento materno é importante para manter os anticorpos do bebê até que ele esteja vacinado, a partir de 2 meses de vida.
O secretário reforça sobre a conscientização da doença e da vacinação, para que os pais levem as crianças às Unidades de Pronto Atendimento (UBS).
“Estratégias de busca ativa, vacinação em creches e outras são adotadas, mas adesão só depende dos responsáveis para podermos aumentar esse número de cobertura” comenta.
A pasta diz que lamenta profundamente o que ocorreu com a bebê. A Vigilância Epidemiológica faz uma investigação para analisar como ocorreu o contágio da criança para melhorar a prevenção no município.
Internação
De acordo com o Serviço de Vigilância Epidemiológica do hospital, a bebê foi internada em 15 de novembro, quando estava com um mês de vida, na UTI Neonatal e Pediátrica com o diagnóstico da doença.
Conforme a Santa Casa, a criança ainda não havia sido vacinada, pois a imunização contra a coqueluche é aplicada a partir de dois meses e vai até os seis anos de idade.
Apesar do tratamento na UTI, a bebê não resistiu e morreu na tarde de terça-feira (10), sendo a primeira morte pela doença no noroeste paulista neste ano.
Santa Casa de Araçatuba (SP), onde bebê de 2 meses morreu de coqueluche na terça-feira (10), primeira morte pela doença no Noroeste Paulista
Reprodução / TV TEM
Casos na região
Em Araçatuba, a Santa Casa registrou outro caso positivo da doença em um bebê, internado em meados do mês de novembro. A criança, que mora na cidade, reagiu bem ao tratamento e recebeu alta hospitalar no início de dezembro.
No noroeste paulista, as cidades que registraram casos de coqueluche no ano são:
São José do Rio Preto (4);
Araçatuba (1);
Catanduva (1);
Castilho (1 óbito).
Aumento de quase 2.000%
Dados do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) mostram que, em 2024, o estado de São Paulo registrou aumento de quase 2.000% no número de casos confirmados da doença, se comparado a 2023.
Conforme o CVE, até o dia 3 de dezembro, foram registrados 1.096 casos e três óbitos por coqueluche.
No ano passado, foram registrados 54 casos, sem mortes. Em 2022, foram 19 casos positivos e nenhum óbito por coqueluche em território paulista.
Risco à saúde
A coqueluche é uma doença respiratória causada pela bactéria bordetella pertussis e transmitida por gotículas eliminadas por tosse, espirro ou até mesmo ao falar.
Os sintomas são semelhantes aos de um resfriado, como tosse seca e febre. O principal risco é a criança que não foi vacinada desenvolver quadros graves.
A doença é considerada endêmica e as epidemias podem ocorrer ciclicamente com intervalos de três a cinco anos, conforme a Secretaria Estadual de Saúde. A pasta reforça que a vacinação é a melhor forma de prevenção.
Pais e responsáveis devem levar as crianças à Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima para atualizar a caderneta de vacinação.
Proteção
O CVE informa que a cobertura vacinal contra coqueluche, até setembro deste ano, é de 88,1% no Estado de SP com uso da vacina pentavalente, aplicada em crianças menores de um ano.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, em São José do Rio Preto (SP), a cobertura vacinal é de 99,94% em crianças com menos de um ano de idade. Em crianças acima de um ano, que recebem a DTP, a cobertura é de 95,40%.
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