Família de técnico que morreu prensado por empilhadeiras em fábrica de Jundiaí entra com ação por danos morais e materiais


Valor total pedido no processo passa de R$ 6 milhões. Acidente ocorreu em outubro de 2023. Empresa diz que presta suporte à família e que colabora com a investigação do caso. A família do técnico de manutenção Alexandre Schragle Roveri, que morreu prensado por empilhadeiras em fábrica de refrigerante de Jundiaí (SP), em outubro de 2023, entrou com ação na Justiça do Trabalho pedindo danos morais e materiais contra a empresa em que ele trabalhava.
A ação é movida pela viúva, Jennifer Patrício, e pelos dois filhos do casal. A tramitação ocorre na Justiça do Trabalho de Jundiaí, desde novembro de 2023. O valor total pedido no processo passa de R$ 6 milhões. Em nota, a Coca-Cola FEMSA lamentou a morte, diz que presta suporte à família e que colabora com a investigação do caso.
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Alexandre tinha 37 anos e atuava na empresa desde agosto de 2008. Na ação trabalhista há uma série de alegações da família, como demora no atendimento à vítima, problemas na operação da empresa, falta de aviso às autoridades sobre o fato, entre outros.
Alexandre e a esposa Jannifer: acidente que matou técnico de manutenção ocorreu em outubro de 2023, em Jundiaí (SP).
Arquivo Pessoal
“O acidente certamente poderia ter sido evitado e ocorreu porque as medidas de segurança de movimentação de carga não foram seguidas no ambiente de trabalho. Após o acidente, Alexandre ficou consciente, todavia passado alguns minutos, o funcionário faleceu por politraumatismo, agente contundente, conforme certidão de óbito”, diz o documento protocolado na Justiça.
A defesa da família ainda alega que a viúva de Alexandre passou a fazer uso de medicamentos para manter as atividades e que o filho mais novo do casal desenvolveu quadro de depressão.
Conforme a ação, a empresa não teria cumprido seu dever legal de informar as autoridades sobre a ocorrência do acidente. O boletim de ocorrência do caso teria sido feito pela família. O local do acidente também não teria sido preservado.
Em indenizações materiais, a família alega que a empresa deve R$ 2,3 milhões. Para isso, é levado em consideração o salário da vítima e a expectativa de vida com a idade de Alexandre. Conforme a defesa, ele deveria viver mais 42 anos ou 504 meses.
Há ainda o pedido relacionado ao dano moral. Nesse caso, o valor é de 1 mil salários mínimos para cada filho e para a esposa. Com isso, o total da ação chega a R$ 6,3 milhões.
O advogado do caso, Eduardo Lemos Barbosa, é o mesmo que atuou para vítimas de casos de grande repercussão, como o acidente com o ministro do STF, Teori Zavaski, em 2017, no acidente aéreo com jogadores da Chapecoense, no acidente da TAM, em 2007, e no Air France, em 2009.
Jennifer Patrício contou ao g1 que a família tem passado por vários problemas após o acidente. “Estamos apertados, não temos mais a vida de antes”, lembra. Um dos filhos está fazendo bico para ajudar nas despesas.
Ela contou também que até o momento, não recebeu nada com relação às verbas rescisórias do marido. Conforme ela, o valor iria ser pago para os pais de Alexandre, que ele não tinha contato havia muitos anos. Ele foi adotado quando ainda criança. Os valores, então, foram bloqueados.
Uma audiência de conciliação deverá ocorrer nos próximos dias entre a família e a empresa.
O que diz a empresa
Nesta quinta-feira (25), a Coca-Cola FEMSA Brasil voltou a lamentar a morte do funcionário Alexandre Schragle Roveri. A empresa lembrou que na ocasião do acidente, o colaborador foi imediatamente socorrido e removido para o Hospital Santa Elisa, onde não resistiu e morreu.
Por fim, disse que vem colaborando com todas “as informações e documentos solicitados pelas autoridades competentes a respeito do acidente, bem como oferecendo suporte aos familiares”.
Sobre o acidente
Conforme o boletim de ocorrência, o fato ocorreu em um centro comercial, próximo a um dos acessos da Rodovia Dom Gabriel Paulino Bueno Couto.
Enquanto trabalhava, o técnico de manutenção foi “prensado” por duas empilhadeiras. Uma estava parada e a segunda em movimento. Segundo relatos de colegas de trabalho, após o acidente a vítima estava consciente.
Porém, passados alguns minutos, ele perdeu a consciência e apresentou ausência de pulso. Foram realizadas manobras de PCR – reanimação – na unidade de saúde. Entretanto, Alexandre não respondeu às tentativas e morreu.
Na época, em nota, a Coca-Cola FEMSA Brasil lamentou o falecimento.
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