Relógio da Libertadores assume posto de grande atração turística em Buenos Aires

Atleticanos e botafoguenses convivem em harmonia em Buenos Aires Foto: Leonardo Pereira/Jogada10

O presidente da Argentina, Javier Milei, que se cuide! A grande atração turística de Buenos Aires, pelo menos, nesta semana, é o relógio da final desta edição da Copa Libertadores. Sede do governo federal e localizada no coração da cidade, na Praça de Maio, a Casa Rosada ficou em segundo plano diante da invasão brasileira. Outros pontos de interesse, como o Congresso, a Flor Metálica, o Jardim Japonês, Puerto Madero e o Cemitério da Recoleta, também perderam espaço.

Em contagem regressiva, o cronômetro mostra aos pedestres o tempo que resta para a bola rolar, enfim, no Monumental de Núñez, neste sábado (30), às 17h, na partida entre Atlético-MG e Botafogo. Querido pelos turistas, relógio está localizado na Avenida 9 de Julio, ao lado do mítico Teatro Colón, onde a vida cultural pulsa na capital portenha. Há, na lateral, uma saída na forma de um calçadão para o Palácio da Justiça, conhecido como Tribunales. A duas quadras está o Obelisco, outro símbolo da cidade.

O Jogada10 visitou o local mais disputado de Buenos Aires nesta quinta-feira (28). Os botafoguenses eram maioria e faziam coro pelas canções de exaltação ao Glorioso. Os atleticanos, por sua vez, brotavam em menor número, apelando para o estilo “mineirinho”. Quando os rivais se encontraram na fila, para uma foto, a pedido da equipe de reportagem do J10, houve, no entanto, um clima de cordialidade exemplar.

“Vocês já ganharam este Brasileiro. Deixa a Libertadores para nós, sô!”, pediu um dos torcedores do Galo, jogando para o outro lado a condição de favoritos do clássico.

‘É uma loucura pensar que dois brasileiros farão a final em Buenos Aires’

Os argentinos estão confusos. Afinal, Atlético-MG e Botafogo sustentam o preto e branco, combinação de cores muito rara entre os clubes do país. All Boys, Central Córdoba e Estudiantes de Buenos Aires são três dos pouquíssimos exemplos de alvinegros no país dos hermanos. Todos distantes dos grandes, como Boca Juniors, River Plate, Independiente, San Lorenzo e Racing. Curiosos, os portenhos paravam a todo instante para registrar a chegada em peso dos vizinhos brasileiros.

E dentro das quatro linhas? Quem teve a preferência dos argentinos? Entre dez pessoas, o Botafogo ganhou por uma margem pequena. A verdade, contudo, é que a ficha dos nativos ainda não caiu. O River Plate, eliminado pelo Atlético, tinha a grande ambição de jogar uma final em casa. Faltou só combinar com o Galo.

“É uma loucura pensar que os brasileiros vão jogar uma final de Copa Libertadores em Buenos Aires. Mas eles dominam o futebol sul-americano há bastante tempo. São dois grandes candidatos. Sou torcedor do River. Depois da partida da ida, não havia chance. Não esperava nada. Nunca acreditei na remontada. Vou torcer pelo Botafogo. Minha razão vai além dos jogadores argentinos que estão lá (Almada e Barboza). Merecem sua primeira taça pelo futebol que apresentaram”, pontuou Ezequiel Buera, um dos argentinos que conversaram com o Jogada10.

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