Levantamento indica que 91% dos Cybertrucks, da Tesla, já passaram por recall

Tesla CybertruckDivulgação/Tesla

A Tesla Cybertruck, a picape elétrica de design arrojado lançada por Elon Musk, tem enfrentado desafios desde antes de sua chegada ao mercado. Anunciada como inovadora, a Cybertruck enfrentou atrasos no lançamento. Apresentada como conceito em 2019, começou a ser vendida só em novembro de 2023.

Desde o lançamento, questões de qualidade e recalls têm sido recorrentes. De acordo com a revista Wired, especializada em tecnologia, 91% dos Cybertrucks produzidos em 2024 passaram por recall. Isso significa que nove em cada dez unidades fabricadas exigiram reparos nas oficinas da Tesla.

Até outubro de 2024, estima-se que cerca de 27 mil unidades foram vendidas. O volume de recalls gerou polêmica e levantou preocupações sobre a confiabilidade do modelo. O mais recente recall, nos Estados Unidos, foi recomendado pelo National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA).

Recalls e problemas técnicos

Essa agência governamental, equivalente à ANTT no Brasil, identificou que algumas unidades da Cybertruck podem sofrer perda repentina de torque. Esse defeito aumenta o risco de colisões, uma vez que a perda de potência pode comprometer o controle do veículo.

O problema foi atribuído a uma falha no inversor, componente responsável por converter corrente contínua (DC) em corrente alternada (AC) no sistema elétrico da picape. O recall foi iniciado em 5 de novembro, exigindo inspeção do veículo por um especialista.

Este é o sexto recall promovido nos últimos 12 meses. Além desse problema, a Cybertruck enfrentou outras dificuldades. Um dos primeiros defeitos relatados foi um atraso na resposta da imagem da câmera de ré, dificultando manobras. Esse problema foi solucionado com uma atualização de software. A atualização da câmera não exigiu ida às oficinas.

Outro incidente envolveu o acelerador. Uma capa de plástico no pedal podia se deslocar, travando o acelerador e causando acelerações involuntárias. A solução foi um reparo simples: um rebite para fixar o revestimento.

Esse procedimento durava cerca de 35 segundos. A qualidade de construção também foi questionada por proprietários. Manchas laranjas e corrosão na lataria foram reportadas, além de rachaduras e problemas no acabamento. Falhas na vedação contra água foram notadas em algumas unidades.

A fragilidade da suspensão levantou dúvidas sobre as capacidades off-road prometidas. Nos Estados Unidos, a CNN informou que uma unidade da Cybertruck parou de funcionar após passar por um lava-rápido.

Desafios na Europa

Na Europa, a Cybertruck enfrenta desafios diferentes. Grupos ativistas têm pressionado por sua proibição, alegando que o veículo é grande e pesado demais para as ruas europeias. Um documento assinado por pedestres e ciclistas foi enviado à Comissão Europeia, pedindo a suspensão das vendas.

Em alguns países, como a República Tcheca, adaptações foram necessárias para homologação. Mesmo após a redução de peso, foi preciso instalar um limitador de velocidade. A picape, homologada com 3.025 kg, pode ultrapassar 3.500 kg com carga total.

Atualmente, a venda da Cybertruck na Europa ainda é permitida, mas sujeita a regras específicas de cada país. A União Europeia está avaliando um possível banimento ou restrição de circulação. Enquanto isso, a Tesla continua a lidar com os desafios de manter a Cybertruck competitiva.

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