Taxista é condenado a 12 anos de prisão por matar colega em Salvador


Alexandro Rocha Souza tinha 42 anos e foi baleado quando estava com o táxi parado no ponto em que costuma esperar por passageiros para trabalhar. Alexandro Rocha Souza foi morto a tiros no Largo do Campo Grande, próximo ao Teatro Castro Alves, em Salvador
Reprodução/TV Bahia
O taxista Washington Luiz de Brito Almeida foi condenado a 12 anos de prisão por matar o colega Alexandro Rocha Souza, no Largo do Campo Grande, próximo ao Teatro Castro Alves, em Salvador. O julgamento aconteceu na segunda-feira (25), na capital baiana.
De acordo com a denúncia do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Washington foi condenado por homicídio qualificado, por impossibilitar a defesa da vítima. Ele respondia o processo em liberdade e vai cumprir a pena inicialmente em regime fechado. O crime aconteceu no dia 20 de agosto de 2019.
Vilebaldo José de Freitas Pereira, juiz responsável pela sentença, destacou a gravidade do crime e a frieza com que o homicídio foi cometido. Ele descreveu a ação de Washington como “altamente reprovável” e “de excessiva violência e desprezo pela vida humana”.
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De acordo com a denúncia do MP, Alexandro foi atingido com quatro tiros de arma de fogo por Washington, que ligou diversas vezes para a vítima e foi ao encontro dela de forma premeditada.
Relembre o crime
Alexandro Rocha Souza tinha 42 anos e foi baleado quando estava com o táxi parado no ponto em que costuma esperar por passageiros para trabalhar. Na ocasião, os familiares da vítima contaram que o crime aconteceu por causa da falta de pagamento de uma dívida.
Segundo informações dos familiares, o táxi alugado a Alexandro Souza foi apreendido pela gerência de táxi três meses antes do crime. A vítima e suspeito discutiam sobre o pagamento de multa e diárias pelos dias que o veículo ficou no pátio.
Conforme depoimentos de testemunhas, Alexandro teria sido ameaçado de morte pela manhã no ponto de táxi e, à noite, o suspeito voltou, atirou no peito colega de profissão. Ao cair no chão, a vítima ainda foi baleada na cabeça.
Washington Almeida fugiu do local e se apresentou seis dias depois no departamento de homicídios, onde foi ouvido e liberado. A polícia chegou a pedir a prisão dele, mas a Justiça não acatou por ele ser réu primário, ter residência fixa e trabalho.
A defesa de Washington conta que Alexandro foi morto em um ato de legítima defesa. Conforme o advogado Paulo César Pires, a vítima não estava sendo cobrada pelo pagamento de uma dívida e ela que teria procurado o suspeito, no momento em que o caso aconteceu.
Segundo Paulo César Pires, os dois tiveram um desentendimento após Washington decidir não alugar mais veículos para Alexandro. Ele afirma que a vítima tinha a CNH vencida.
“A Transalvador apreendeu o segundo carro de Washington, que estava nas mãos do Alexandro, que ele pagava a diária, por ele está com a CNH vencida. Aí em diante, ele conseguiu o carro e não deixou mais Alexandro trafegar com ele”, disse o advogado.
“Não foi por cobrança de dívida, ele nunca cobrou dívida. Ele nunca foi na casa do Alexandro, pelo contrário, o Alexandro que foi ao encontro dele naquele dia e ele, em auto defesa, atirou. Foi isso que aconteceu”, explicou na época do crime.
A mãe de Alexandro, dona Maria Ataíde, contestou a versão e disse que o táxi foi apreendido porque o filho dela estava rodando sem o crachá que era de obrigatoriedade do dono do táxi, Washington, fazer. Após a apreensão, Washington teria passado a cobrar o valor da multa e dos dias que o carro ficou no pátio da Transalvador.
“Ele saiu pela porta da frente dizendo que matou em legítima defesa. Que legítima defesa foi essa? O menino chegou de mão pura, ele matou o menino. Foi legítima defesa?”, questionou a mãe de Alexandro.
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