Ciência acha cura para doença de pele mortal

A necrólise epidérmica tóxica (NET) é uma doença de pele rara e pouco compreendida. Ela atinge duas pessoas a cada um milhão, e começa com sintomas semelhantes aos da gripe, seguidos por um processo de descamação extremamente doloroso. Nos quadros mais graves, ocorrem infecções fatais.

Também conhecida como Síndrome de Lyell, a necrólise epidérmica tóxica era considerada um desafio para a medicina, já que não existia nenhum tratamento eficaz para combatê-la. Uma pesquisa publicada na revista Nature em outubro, porém, parece ter indicado um caminho para tratar a condição.

O que é a NET?

A NET ocorre, na maioria dos casos, em consequência de uma reação alérgica da pele ao uso de certos medicamentos. Antibióticos como as sulfonamidas e os betalactâmicos, entre eles a penicilina, são os principais causadores do quadro, mas mais de 200 medicamentos já foram associados à condição.

A doença começa com pequenas bolhas no rosto e no peito, que depois aparecem no interior da boca, dos olhos e genitais. Em alguns casos, a condição provoca sepses (infecções generalizadas), que são potencialmente fatais.

Os pacientes com NET costumam ser internados em UTI e recebem uma bateria de remédios para reduzir a dor e repor os nutrientes necessários para que o corpo debele a infecção e se recupere. Até aqui não há um tratamento aprovado capaz de deter a doença.

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No dia 4, quando foi feito o tratamento nele

No dia 16, quando já tinha 30% do corpo curado
No dia 21, quando já tinha 95% do corpo curado
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Fotos mostram a evolução de tratamento da necrólise epidérmica tóxica. Foto mostra o paciente no momento em que foi internado (dia 1)

Reprodução/Nature

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No dia 4, quando foi feito o tratamento nele

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No dia 16, quando já tinha 30% do corpo curado

Reprodução/Nature

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No dia 21, quando já tinha 95% do corpo curado

Reprodução/Nature

O tratamento descoberto

A pesquisa divulgada na Nature relata um tratamento experimental realizado em sete pacientes alemães. Segundo o estudo, o método usado não só reduziu o risco de morte, como também a ocorrência de sepse nos pacientes.

“Todas as sete pessoas tratadas com a terapia apresentaram melhora rápida e recuperação completa, com resultados surpreendentes que provavelmente revelaram uma cura para a doença”, comemorou Holly Anderton, uma das investigadoras que participou da pesquisa, em comunicado à imprensa.

O tratamento é feito com inibidores imunológicos que controlam a reação do corpo antes da progressão da doenças. Os medicamentos, chamados inibidores de JAK (JAKi), já estão aprovados para o tratamento da artrite reumatoide grave.

“Costumava levar semanas para um paciente se recuperar dos danos da NET, mesmo depois de parar de tomar o medicamento que desencadeou a reação adversa. Ser capaz de reduzir a progressão poderá ajudar muito os pacientes diagnosticados a não passar por toda a dor”, conclui Anderton.

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