Patrocínio de fabricante de armas gera alvoroço no Borussia Dortmund

Maquete inflável de um tanque cercado de bandeiras do Borussia Dortmund, antes da assembleia-geral do clube em Dortmund, oeste da Alemanha, em 24 de novembro de 2024Ina FASSBENDER

Ina FASSBENDER

O presidente do Borussia Dortmund anunciou, nesta segunda-feira (25), seu desejo de organizar uma consulta entre os 218.000 sócios do clube sobre o recente patrocínio assinado com a gigante alemã de armamentos Rheinmetall.

“Gostaria de contar com uma visão mais global do que pensam nossos 218.000 membros”, declarou o dirigente do BVB Hans-Joachim Watzke, após a inconformidade demonstrada pela parte social do clube em relação a este contrato de patrocínio, anunciado meses atrás.

Durante a assembleia geral do Borussia Dortmund, 556 participantes se pronunciaram contra o acordo, 247 a favor e 52 se abstiveram.

O resultado desta consulta não é vinculante para o clube, mas Watzke se mostrou disposto a levar em conta “um sinal claro”, segundo afirmou na assembleia de acionistas do clube.

Momentos antes da final da Liga dos Campeões de 2024, que perdeu em Londres para o Real Madrid (2-0), o Borussia Dortmund e a Rheinmetall anunciaram, no fim de maio, um acordo de patrocínio por três anos, cujo montante não foi revelado, embora seja estimado em 19 milhões de dólares (R$ 99 milhões, em cotação da época).

O contrato foi criticado pelos torcedores do clube, com cartazes no ‘Muro Amarelo’ do Westfalenstadion. “Nossos valores esmagados por tanques”, “A grana primeiro, os valores depois”, diziam alguns na primeiro jogo contra o Eintracht, de Frankfurt.

A fabricante de obuses e material para veículos de combate se tornou, no âmbito da guerra na Ucrânia, um dos grupos de ponta na Alemanha.

Com sede em Düsseldorf, perto de Dortmund, o grupo entrou em 2023 no seleto clube das 40 empresas do Dax, o índice de referência da bolsa de Frankfurt, algo inédito para uma empresa fabricante de armas na Alemanha.

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