
Ao todo, Sunita Williams e Barry Wilmore deram mais de 4,5 mil voltas na Terra durante os mais de 280 dias no espaço. Esta não é a primeira vez que astronautas ficam “presos” no espaço. Os astronautas da Nasa Butch Wilmore e Suni Williams antes do lançamento do Starliner-1 Crew Flight Test (CFT) da Boeing, em Cabo Canaveral, Flórida, em 24 de abril de 2024.
Joe Skipper/Reuters
Sunita Williams e Barry Wilmore, dois astronautas da NASA, voltam para a Terra depois de passar mais de 280 dias “presos” no espaço.Esta é a terceira vez que cada um deles fica em órbita. No entanto, nenhum dos dois esperava que uma missão que deveria durar apenas 8 dias se transformaria em uma viagem de 9 meses.
Veja curiosidades sobre essa e outras estadias prolongadas no espaço.
Como sobreviveram tanto tempo além do previsto no espaço?
Apesar da extensão inesperada e muito mais longa que o previsto inicialmente, Sunita “Suni” Williams e Barry “Butch” Wilmore permaneceram com boa saúde – até fizeram uma caminhada espacial juntos em janeiro.
EXERCÍCIOS: Dentro da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), os astronautas seguem uma rotina estruturada com exercícios, trabalho e lazer. Isso inclui rotinas regulares na esteira e na máquina de resistência para manter a força óssea e muscular.
SAÚDE MENTAL: Sunita e Barry também conseguiram manter contato com as famílias através de e-mail e telefone. Em novembro do ano passado, em entrevista ao apresentador Lester Holt, do NBC Nightly News, Suni disse que ela e Wilmore estavam se sentindo bem, malhando e comendo direito. E afirmou “não se preocupem conosco, somos uma equipe feliz aqui em cima”.
SUPRIMENTOS: Para reabastecer a estação espacial, ao longo do último ano, várias agências espaciais e empresas privadas também programaram envios de comida, água e oxigênio, regularmente reabastecidos por missões de carga. No Natal, por exemplo, os dois astronautas desfrutaram de um jantar festivo que contou com ostras, caranguejo, foie gras de pato, molho de cranberry, lagosta e salmão defumado, segundo o jornal britânico “The Times”.
Astronautas ‘presos’ no espaço começam volta à Terra
Quantas voltas na Terra?
A estadia estendida no espaço rendeu aos dois astronautas um total 4.576 voltas em torno da Terra, cerca de 16 por dia. A Estação Espacial completa uma volta no planeta a cada 90 minutos.
Esta é a terceira vez que cada um deles vai ao espaço. Para Suni Williams, isso equivale a 608 dias fora da terra. Já Butch Wilmore acumula um total de 464 dias no espaço.
Mesmo passando tanto tempo a mais do que o previsto, nenhum dos dois astronautas recebeu pagamento pelo “tempo extra” de trabalho durante feriados ou finais de semana, nem pelos 7 feriados nacionais que eles passaram no espaço.
Segundo a NASA, Williams e Wilmore devem receber o que qualquer outro trabalhador da agência recebeu nos últimos nove meses: o mesmo salário regular, referente a 40 horas semanais de trabalho.
Em Nota, a agência afirma que, quando os astronautas da Nasa estão a bordo da Estação Espacial Internacional, eles recebem salários regulares de uma semana de trabalho de 40 horas. “Eles não recebem pagamento por horas extras ou feriados/finais de semana”, afirmou.
Quem ficou mais tempo? Conheça outros casos
Williams e Wilmore não são os primeiros astronautas a enfrentar uma estadia prolongada no espaço devido a circunstâncias imprevistas.
Veja os recordistas da Nasa:
Frank Rubio: 371 dias
Mark Vande Hei: 355 dias
Scott Kelly: 340 dias
Christina Koch: 328 dias
Peggy Whitson: 289 dias
Andrew Morgan: 272 dias
Michael Lopez-Alegria: 215 dias
Jessica Meir: 205 dias
Dono do recorde é russo
O recorde mundial (considerando missões da Nasa e da Roscosmos, a agência espacial russa) é do cosmonauta Valeri Polyakov, que passou 437 dias na estação russa Mir entre 1994 e 1995.
Em 1991, o cosmonauta Sergei Krikalev ficou preso a bordo da estação espacial Mir, que agora está desativada, por 311 dias devido ao colapso da União Soviética. Na época, a estação Mir era um símbolo do poder soviético na exploração espacial.
Inicialmente, Sergei Krikalev ficaria cinco meses no local para uma missão de rotina, de reparos e melhorias na estação. Mas Sergei não sabia que a União Soviética estava começando a se desintegrar rapidamente durante esse período.
Em meio à turbulência política e à escassez de financiamento que marcaram o momento, a volta de Sergei foi atrasada, forçando-o a permanecer em órbita por mais que o dobro do tempo planejado.
Quando finalmente pousou na Terra, em março de 1992, Krikalev retornou para um novo país: a recém-independente Rússia, após a dissolução da União Soviética. Por conta disso, ele entrou para a história como “o último cidadão soviético”.
Cápsula de astronautas que ficaram ‘presos’ no espaço pousa no deserto do Novo México